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quarta-feira, 31 de outubro de 2012
BACTÉRIA "GIGANTE": ALGUMAS ESPÉCIES SÃO VISÍVEIS A OLHO NU
Se você achava que bactéria era sinônimo de “ameaça invisível”, lamento informar que você não está de todo certo.
De fato, a maioria das bactérias é minúscula, muito pequena para ser vista a olho nu. Há boas razões para isso: enquanto as células complexas das plantas e animais têm sistemas de transporte internos para mover moléculas ao redor, as bactérias se baseiam principalmente na difusão para mover coisas ao redor de suas células. Uma vez que a difusão só funciona bem em distâncias de até alguns milionésimos de metro, as bactérias não podem crescer muito.
No entanto, algumas espécies conseguiram realizar a façanha. Na verdade, pelo menos três são tão grandes que podem ser vistas sem ajuda de um microscópio.
A primeira gigante foi descoberta em 1985, mas devido ao seu tamanho, não foi reconhecida como uma bactéria até oito anos mais tarde. A Epulopiscium fishelsoni (na foto) tem a forma de bastonete, vive no intestino de peixes-cirurgiões no Mar Vermelho, e chega até 0,7 milímetros de comprimento (o que é centenas de vezes maior do que, por exemplo, a bactéria E. coli que mora no nosso intestino e tem cerca de 0,002 milímetros de comprimento).
A E. fishelsoni alcança esse tamanho “máximo” por ter dezenas a centenas de milhares de cópias de seu DNA.
Isso significa que ela pode produzir proteínas em muitos lugares diferentes em sua célula, de forma que elas só precisam se difundir a uma curta distância para chegar até onde são necessárias. Cálculos recentes mostram a proporção de DNA por volume na E. fishelsoni é o mesmo para uma bactéria de tamanho normal.
A E. fishelsoni manteve o título de maior bactéria até 1997, quando Thiomargarita namibiensis apareceu para concorrer na categoria.
A T. namibiensis, que significa “pérola de enxofre da Namíbia”, por causa dos grânulos de enxofre brilhantes que moram dentro dela, chega a até 0,75 milímetros de diâmetro.
A bactéria conta com o mesmo truque de E. fishelsoni: milhares de cópias de seu DNA. Embora tenha um volume até 100 vezes maior do que a E. fishelsoni, a maior parte deste espaço é usado para armazenamento: 98% da célula é ocupada por uma membrana enorme, ou vacúolo.
Este vacúolo contém até três meses de fornecimento de nitrato, que a bactéria usa para oxidar o sulfeto de hidrogênio do qual se alimenta. O armazenamento é necessário porque o fornecimento de nitrato no fundo do mar é irregular, dependendo de animais mortos que afundam.
Uma bactéria quase idêntica a T. namibiensis, com 0,5 milímetros de diâmetro, também visível a olho nu, foi descoberta no México em 2002. Isso prova que provavelmente há mais bactérias gigantescas por aí, esperando para serem encontradas.
FONTE:[NewScientist]
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