O diabetes é uma doença crônica caracterizada pela hiperglicemia, termo médico que significa o aumento no nível de açúcar no sangue. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, os alimentos são digeridos no intestino e se transformam em açúcar (glicose), que é absorvida pelo sangue e usada pelos tecidos do corpo como fonte de energia.
“A utilização da glicose depende da presença de insulina, uma substância produzida pelas células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo, ela se eleva no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. Diabetes é a elevação da glicose no sangue: hiperglicemia”.
Por estar tão ligado ao nível de açúcar no sangue, o diabetes pode ser ocasional, como no caso do diabetes gestacional, ou crônico, como os diabetes tipo 1 e 2. Dos 3 tipos, o mais grave é o tipo 1, também conhecido como diabetes infanto-juvenil, insulinodependente ou diabetes imunomediado.
Tipos de diabetes
O
diabetes tipo 1 é mais comum em crianças e jovens, e requer que o paciente tome injeções diárias de insulina. As pessoas que têm diabetes tipo 1 não produzem insulina suficiente, pois as células do pâncreas sofrem de um problema conhecido como “destruição autoimune”. Corresponde a menos de 10% dos casos da doença.
O
diabetes tipo 2 é a mais comum, podendo ser revertido com a adoção de hábitos de vida saudáveis. Pessoas obesas apresentam grande risco de desenvolver o problema. Nesses casos, o organismo produz insulina normalmente, mas a obesidade faz com que não consiga conter a alta no nível de açúcar do sangue. O estresse das grandes cidades, hábitos de vida sedentários (falta de exercícios físicos) e alimentação inadequada fazem com que o diabetes tipo 2 também esteja se tornando cada vez comum entre adultos jovens.
No
diabetes gestacional, a alta do nível de açúcar no sangue se relaciona às mudanças hormonais que ocorrem no corpo da mulher durante a gravidez. Alguns hormônios produzidos pela placenta reduzem a atuação da insulina, levando o corpo da mãe a aumentar a produção da substância pelo pâncreas. Mas algumas mulheres não produzem insulina adicional, apresentando então o quadro de diabetes gestacional, que traz riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Por isso, as mulheres grávidas precisam realizar exames para tratar o problema o quanto antes.
Diabetes e problemas de gengiva
Pessoas com diabetes têm de 3 a 4 vezes mais chances de apresentar gengivite, uma inflamação das gengivas, causada pelo desenvolvimento das chamadas placas bacterianas na base dos dentes. Pesquisas revelam que um terço dos diabéticos apresenta doença periodontal grave, um problema que pode levar à perda óssea e à queda dos dentes.
Segundo o site do Instituto Nacional Americano de Diabetes, Doenças Digestivas e dos Rins (NIDDK):
“A glicose está presente na sua saliva – o fluido em sua boca que a deixa úmida. Quando o diabetes não está sob controle, altos níveis de glicose em sua saliva ajudam o crescimento de bactérias nocivas. Elas se misturam aos alimentos para formar uma película pegajosa chamada de placa”.
A placa também é formada devido à ingestão de alimentos ricos em açúcar e amido. Além de causar a degeneração dos dentes, cáries e problemas de gengiva, a placa também pode calcificar, formando o tártaro, além de poder ser uma das causas do mau hálito.
Se o nível de açúcar no sangue não for bem controlado, o paciente diabético pode desenvolver mais placa que o normal, levando a vários problemas, como cáries, infecções e gengivites.
São sintomas de gengivite: gengivas inchadas, vermelhas, sensíveis ou que sangram com facilidade. Se não for tratada, pode evoluir para uma periodontite, problema grave que faz com que as gengivas descolem dos dentes, deixando-os soltos e propensos à queda. Também leva à perda óssea.
Segundo o Centro de Informações de Saúde Bucal e Dental da Colgate, “pessoas com diabetes têm um risco aumentado para doenças gengivais avançadas porque os diabéticos são geralmente mais suscetíveis às infecções bacterianas e têm uma diminuição na capacidade de combater as bactérias que invadem o tecido gengival”.
Além disso, as infecções podem elevar o nível de açúcar no sangue, tornando mais difícil o controle da hiperglicemia.
Outros problemas que podem surgir no paciente diabético além da gengivite e periodontite são a cárie, a candidíase – também conhecida por “sapinho”, uma doença causada por um fungo branco que se desenvolve comumente sobre a língua – aftas, boca seca e pequenas feridas.
Como cuidar de sua saúde bucal
Se você é diabético, tenha ainda mais atenção em relação à saúde de seus dentes. Mantenha o nível de glicose no sangue em equilíbrio, seguindo as instruções de seu médico e adotando um estilo de vida saudável. Escove seus dentes regularmente todos os dias, use o fio dental e visite seu dentista pelo menos a cada seis meses. Você também deve dizer a seu dentista que tem diabetes, para que ele possa atender a suas necessidades específicas. Confira mais dicas:
- Use uma escova de dentes macia e escove os dentes ao acordar, antes de dormir, após cada refeição e após comer alimentos com açúcar ou amido.
- Escove os dentes com delicadeza, realizando pequenos movimentos circulares; escove a língua também.
- Troque de escova de dentes a cada três meses ou antes, caso as cerdas estejam muito gastas. Escovas desgastadas removem menos placa.
- Use um enxaguante bucal com flúor, sobretudo à noite, quando aumenta a atividade de bactérias oportunistas.
- Use o fio dental para limpar o espaço entre os dentes ao menos uma vez por dia. Ao passar o fio dental, deslize-o para cima e para baixo e então curve-o ao redor da base de cada dente, suavemente, sob as gengivas. Nunca reutilize o fio dental.
- Se você usa dentadura, mantenha-as limpas e retire-as à noite.
- Se você fuma, procure abandonar o hábito. Além de diversos outros problemas de saúde, você estará mais vulnerável a problemas bucais, como infecções por fungos, gengivite e câncer de boca e garganta.
- Siga as instruções e conselhos de seu médico e dentista, e trate quaisquer problemas de saúde o quanto antes, para prevenir complicações.
Considerações finais:
Apesar do risco aumentado de apresentar problemas de gengiva, os diabéticos que mantêm seu nível de açúcar em equilíbrio, seguem a dieta recomendada e têm um estilo de vida saudável, realizando exercícios físicos e cuidando bem dos dentes, podem ter uma boca saudável, assim como as pessoas que não apresentam a doença. O cuidado redobrado e o acompanhamento de bons profissionais de saúde podem garantir que seus dentes e boca permaneçam livres de problemas e infecções ao longo da vida.
fonte:http://saude.hsw.uol.com.br/relacao-entre-diabetes-e-problemas-de-gengiva
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