Novas descobertas arqueológicas que mudam a maneira como consideramos eventos e culturas do nosso passado são feitas o tempo todo. Apenas nos últimos anos, muitas descobertas arqueológicas nos forneceram novas perspectivas sobre os capítulos estabelecidos da história, mudando nossa compreensão da história humana.
1 – O cemitério híbrido celta
Até recentemente, não achávamos que a mitologia celta da Idade do Ferro continha monstros híbridos. Agora, um túmulo em Dorset sugere que os celtas tiveram suas próprias criaturas mitológicas, que eles recriaram na vida real.
A descoberta foi feita em Duropolis. O “cemitério” consiste em fossas com esqueletos animais reorganizados para formar animais híbridos. Estes incluem uma vaca com pernas de cavalo e uma ovelha com a cabeça de um touro em sua extremidade traseira.
A descoberta mais bizarra envolveu o esqueleto de uma mulher encontrada em cima de uma camada de ossos de animais que espelhava o arranjo dos ossos humanos. Sua cabeça estava descansando em uma “cama” de crânios de animais, enquanto suas pernas estavam em cima de ossos de pernas de animais.
O arqueólogo Paul Cheetham acredita que os esqueletos (incluindo a mulher) representam sacrifícios. Os poços foram inicialmente utilizados como armazenamento de alimentos. Quando um novo poço foi cavado, um sacrifício foi colocado no antigo antes de ser enterrado.
2 - O vestido mais velho do mundo
O vestido de Tarkhan é a roupa tecida a mais tempo no mundo. Recuperado de um túmulo egípcio, é datado entre 3400 a.C e 3100 a.C. A maioria das roupas antigas recuperadas não são mais velhas do que 2.000 anos porque nem as peles de animais nem as fibras de plantas sobrevivem bem à degradação.
O vestido tem um decote em V, pregas estreitas e mangas sob medida. Vincos formados nos cotovelos e axilas indicam que foi usado repetidamente.
Há alguns itens de vestuário de idade semelhante, mas são vestuários cerimoniais embrulhados ou colocados em volta de um corpo. O vestido de Tarkhan permanece é indicação original antiga da moda egípcia, já que foi feito sob medida por um artesão especializado e desgastado por alguém de grande riqueza.
3 – A cerimônia de enterro de um lince
Enquanto atravessava a coleção de artefatos nativos americanos do Museu do Estado de Illinois, nos EUA, a antropóloga Angela Perri encontrou uma caixa chamada “filhote”, que ela esperava conter ossos de cão escavados de um túmulo da cultura Hopewell. Em vez disso, os ossos pertenciam a um lince.
A descoberta foi notável por duas razões: é o único enterro selvagem decorado encontrado na America do Norte e o único animal encontrado enterrado sozinho em seu próprio túmulo.
Uma vez que o lince era somente um gatinho quando morreu, os antropologos suspeitam que fosse um animal de estimação. Dentro do túmulo, eles também encontraram um colar que Perri acredita que servia de coleira para o gato.
No entanto, a zooarqueóloga Melinda Zeder tem uma hipótese diferente. Ela acredita que o lince tem um status simbólico muito maior para a cultura nativa, possivelmente como uma conexão com a natureza.
4 – Primeiro cemitério filisteu
Os filisteus eram um povo antigo misterioso caracterizado pesadamente na Bíblia e descrito como os arqui-inimigos dos Israelitas. Nos tempos modernos, alguns historiadores consideravam os filisteus um povo do mar, provavelmente da região do Mar Egeu, que chegaram à região do Levante, no Mediterrâneo, estabeleceram-se em cinco cidades principais e formaram a pentápolis da Filístia.
Os filisteus desapareceram por volta do século 8 aC deixando poucos vestígios, mas os arqueólogos anunciaram recentemente a descoberta de um cemitério filisteu com mais de 150 túmulos e inúmeros artefatos. O cemitério foi na verdade descoberto há 30 anos, mas demorou todo este tempo para escavá-lo. Nenhum osso foi analisado até agora, mas o enterro dos mortos lança luz sobre a sociedade filisteia.
A descoberta revela que os filisteus não eram hostis à cultura, apesar de seu nome, que hoje em dia tem uma conotação bastante negativa. Eles eram enterrados com jóias, jarros decorados cheios de óleos perfumados ou vinhos e armas.
5 – Armas romanas de terror psicológico
Uma descoberta recente sugere que os romanos faziam uso de uma espécie de guerra psicológica usando sibilantes balas de estilingue. Eles usavam um artefato chamado fustibalo que poderia jogar rochas de tamanho de limões em uma longa distância. Mas certas balas encontradas em um local na Escócia têm uma característica peculiar – são perfuradas através de seu centro.
As balas de pedra foram encontradas em Burnswark Hill, o local de uma luta maciça entre romanos e escoceses cerca de 1.800 anos atrás. Furar as pedras teria sido um esforço demorado, especialmente para algo usado apenas uma vez.
O arqueólogo John Reid ficou intrigado com o propósito das pedras. Mas o irmão de Reid, um pescador perspicaz, deduziu o objetivo das balas baseado em sua experiência de usar iscas furadas. Quando atiradas, as pedras causavam um sibilo agudo. Apenas pequenas pedras foram perfuradas, então várias munições poderiam ser lançadas de uma só vez, criando um efeito estéreo, causando terror nos inimigos.
6 – História da Filadélfia descarga abaixo
Em 2017, a Filadélfia abrirá o Museu da Revolução Americana. Quando a escavação para o museu começou, em 2014, os trabalhadores descobriram um sistema de latrinas que serviu casas e comércios no século 18. As latrinas estavam literalmente entupidas com itens históricos, e até agora, os arqueólogos recuperaram mais de 82.000 artefatos.
Naquela época, latrinas também serviam como lixeiras para lixo doméstico. Embora esses itens possam não ter um valor imenso, alguns historiadores preferem eles em vez de jóias ou arte, pelo o olhar único que eles fornecem de pessoas comuns da época.
Um fosso especialmente fascinante pertencia a Benjamin e Mary Humphreys e foi cavado em torno do início da Revolução Americana. Embora sua casa fosse registrada como uma residência privada, os arqueólogos encontraram tubos de tabaco e garrafas de licor vazias ali. Em 1783, Mary foi presa por dirigir uma “casa desordenada”. O casal estava na verdade dirigindo uma taberna ilegal.
7 – O documento mais antigo da Grã-Bretanha romana
Durante a escavação da nova sede europeia da agência de notícias Bloomberg, em Londres, os trabalhadores descobriram a maior coleção de tábuas de escrita romana na história da Grã-Bretanha. A coleção contém cerca de 400 tábuas e ostenta a menção mais antiga de Londres, que antecede os Anais de Tácito em 50 anos. As tabuletas ainda legíveis foram traduzidas e publicadas em uma monografia intitulada First Voices of Roman London (Primeiras Vozes da Londres Romana, em tradução livre), que fornece um contexto incomparável da vida em Londinium há 2.000 anos.
O achado também contém o documento mais antigo da Grã-Bretanha romana, datado de 8 de janeiro de 57 dC. O documento é um IOU, um documento informal que registra um débito, apropriadamente encontrado no distrito financeiro de Londres. Ele especifica que Tibulo, libertado de Venusto, deve a Gratus, libertado de Spurius, 105 denários por mercadoria vendida e entregue.
8 - Túmulo micênico intocado
Uma pequena escavação de um eixo de pedra transformou-se em um dos maiores achados arqueológicos da Grécia em décadas. Exploradores descobriram o intacto túmulo de 3.500 anos de idade de um guerreiro micênico. Embora o guerreiro permaneça não identificado, ele deve ter sido bastante rico e importante, já que foi enterrado com mais de 1.400 objetos exibidos sobre e em torno de seu corpo.
Nós temos pouca informação sobre os estágios iniciais da Grécia Micênica, vivenciados em torno de 1500 aC. De fato, a escavação foi parte de um projeto em andamento para determinar a influente extensão da cultura micênica na civilização minóica e vice-versa.
O túmulo já levantou várias perguntas para os arqueólogos. Entre as posses do guerreiro estavam contas, pentes e um espelho, objetos tipicamente enterrados com mulheres ricas. O enterro em grupo era prática comum naquela época, mesmo para a elite micênica. Um desses túmulos foi encontrado a apenas 90 metros de distância do túmulo, o que faz com que os arqueólogos perguntem por que esse guerreiro micênico foi enterrado sozinho.
9 – Osso de Buda
Entre 2007 e 2010, os arqueólogos escavaram um templo budista em Nanjing, na China. O destaque das descobertas foi um modelo de estupa, monumento que é construído sobre os restos mortais de pessoas importantes na religião budista, de 1.000 anos que continha os restos de vários santos. A estupa também pode conter o mais reverenciado artefato budista da história – o osso do crânio de Buda.
As inscrições tornam claro que o osso parietal colocado dentro do baú pertencia a Buda. Ele foi enviado para o templo depois que seu corpo foi cremado na Índia cerca de 2.400 anos atrás. Cerca de 1.400 anos atrás, o templo foi destruído pela guerra e reconstruído pelo imperador Zhenzong da dinastia Song. A descrição até mesmo nomeia as pessoas que doaram dinheiro e materiais para construir o novo templo.
É difícil dizer se o osso parietal realmente pertencia a Siddhartha Gautama, mas os budistas já reverenciam e visitam o local em peregrinação. O mundo ocidental só soube disso porque a descoberta só recentemente teve uma cobertura em inglês.
10 - As ferramentas de pedra mais antigas
O uso de ferramentas é considerado um passo essencial na evolução da humanidade. O desfiladeiro de Olduvai, na Tanzânia, costumava ser o lugar onde a prática mais antiga de fabricação de ferramentas (conhecida como a indústria de Oldowan) ocorreu. As ferramentas mais antigas descobertas lá tinham 2,6 milhões de anos.
Agora, nós encontramos ferramentas 700.000 anos mais velhas. Nas margens do lago Turkana, no Quênia, os arqueólogos descobriram flocos de pedra afiada para cortar que têm 3,3 milhões de anos.
A implicação mais significativa é que as ferramentas são anteriores aos seres humanos. Até este ponto, pensávamos que as primeiras ferramentas haviam sido feitas por membros do gênero Homo, mas parece que os hominídios anteriores também desenvolveram essa habilidade. O suspeito mais provável é o Kenyanthropus platyops, um fóssil descoberto na mesma área em 1999, que alguns argumentam ser de um gênero próprio – outros o veem como uma espécie de Australopithecus.
fonte:http://listverse.com/2016/07/16/10-archaeological-finds-that-alter-history/
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