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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

850 espécies descobertas no subsolo da Austrália

Cientistas do Centro de Biodiversidade e Biologia Evolutiva da Universidade de Adelaide investigaram grutas e águas subterrâneas da Austrália nos últimos quatro anos e encontraram centenas de peixes, crustáceos, aranhas e insetos desconhecidos. E esta é apenas uma quinta parte do número de espécies a descobrir, que vivem debaixo da superfície do país.

Peixes, crustáceos, insetos e aranhas. Ao todo, são 850 novas espécies descobertas por cientistas australianos em grutas e águas subterrâneas da Austrália ao longo dos últimos quatro anos. Ambientes que determinam as características destes animais: quase todos são cegos - ou não têm mesmo olhos - e muito pálidos.

Apesar de terem destacado a importância da descoberta, os investigadores do Centro de Biodiversidade e Biologia Evolutiva da Universidade de Adelaide realçam que o subsolo australiano ainda tem muito por revelar. "A nossa investigação encontrou comunidades inteiras de espécies desconhecidas. É uma descoberta importante e acreditamos que esta pode ser apenas uma quinta parte do número de espécies alienígenas que vivem no interior do país", ressalva Andy Austin, um dos diretores da investigação.

Apenas metade das espécies encontradas já recebeu nome, sendo que a outra metade foi colocada sob a designação genérica de "stygnofauna", no caso das encontradas em águas subterrâneas - onde os pequenos crustáceos representam três quartos das espécies que se encontram ali, havendo ainda insetos e besouros - , ou "troglofauna", para as descobertas em grutas - onde predominam as aranhas, que representam metade das novas descobertas em cavernas, insetos e crustáceos.

"Não tivemos de procurar nas profundidades do oceano para encontrar novas espécies de invertebrados. Às vezes basta procurar à nossa porta", defende Andy Austin, que explica que estes animais se esconderam em áreas subterrâneas em resultado de alterações climáticas que transformaram a Austrália num continente muito seco - quando há 15 milhões de anos era uma área bastante mais úmida.

"Com essas alterações, estes animais de superfície refugiaram-se em habitats mais favoráveis, como águas subterrâneas e micro-cavernas, onde sobreviveram e evoluíram", explica o cientista da Universidade de Adelaide. O próximo objetivo dos exploradores é expandir a área das investigações e realizar novos testes genéticos para perceber como as alterações nestas criaturas coincidem com as mudanças climáticas.

Os investigadores alertam para os riscos de conservação destas espécies, por terem habitats em zonas ameaçadas pela extração de minerais ou o pastoreio. Os resultados da investigação foram apresentados numa conferência que acabou ontem em Darwin, Austrália, e celebrou os 200 anos do nascimento de Charles Darwin.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1375295&seccao=Biosfera

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