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Visão geral de Mercúrio durante a segunda aproximação do planeta, a 27 mil km de distância. A cratera que aparece em destaque é Kuiper, identificada pela primeira vez pela missão Mariner 10, na década de 1970. A característica mais marcante dessa imagem são os padrões de raios que parecem brotar das áreas mais ao norte do planeta. Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.
Exatamente às 18h55 desta terça-feira, a sonda interplanetária Messenger fará sua terceira aproximação do planeta Mercúrio. O rasante é uma manobra fundamental para que a nave seja inserida definitivamente na órbita mercuriana em março de 2011, quando passará a estudar o planeta por sete anos. A aproximação de hoje será transmitida ao vivo pela Nasa TV e poderá ser acompanhado pelo Apolochannel, que também disponibilizará um chat entre os internautas.
A primeira abordagem da sonda ocorreu em janeiro de 2008, 33 anos depois que a sonda Mariner 10 fez a última visita às imediações do planeta, em 1975. A segunda aproximação ocorreu em outubro de 2008, quando a Messenger passou a menos de 200 km da superfície do planeta. Na manobra de hoje a nave deverá passar a 226 km de distância a uma velocidade de 161 mil km/h, adquirida nas duas impulsões anteriores.
Mercúrio se encontra a 117 milhões de quilômetros da Terra e para entrar em sua órbita em 2011 a sonda dará 15 voltas ao redor do Sol, percorrendo quase 8 bilhões de quilômetros. Devido à pequena distância da estrela, os instrumentos da Messenger são protegidos do calor por um grande escudo protetor, um verdadeiro guarda-sol de 2.5 metros de comprimento construído em cerâmica.
Espectrômetro – Como das vezes anteriores, a aproximação permitirá que os instrumentos a bordo da sonda registrem novos aspectos planetários, com especial atenção à composição atmosférica e da superfície. Para isso a nave carrega o instrumento Mascs [Mercury Atmospheric and Surface Composition Spectrometer], um espectrômetro capaz de determinar a composição química através da luz refletida pelo planeta. Desenvolvido por cientistas da Universidade do Colorado ao preço de 8.7 milhões de dólares, o instrumento é capaz de registrar os dados até mesmo durante a alta velocidade da aproximação ou mudanças rápidas na posição da nave e com isso mater o "olhar" sob os alvos previamente escolhidos.
Mercúrio – De todos os planetas do sistema solar, Mercúrio é o que menos foi visitado e seu estudo direto através de telescópios é muito prejudicado devido à proximidade do Sol. O planeta só pode ser visto antes ou depois do nascer e pôr-do-Sol, e nestas ocasiões está tão baixo no horizonte que sua luz refletida tem que passar por uma camada muito densa de atmosfera, o que prejudica ainda mais sua observação.
Um dos principais objetivos da Messenger é determinar com precisão a quantidade de ferro existente no planeta. "Vamos analisar cada um dos pontos selecionados sob diferentes ângulos. Queremos saber em qual forma química o ferro se apresenta e como está ligado à superfície", disse William McClintock, principal investigador do instrumento Mascs junto à Universidade do Colorado. O ferro que predomina no núcleo mercuriano é responsável por manter o campo magnético do planeta.
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