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sábado, 12 de setembro de 2015
PLUTÃO TEM DUNAS MESMO SEM VENTO
A Nasa retomou o recebimento de imagens feitas pela sonda durante seu sobrevoo de Plutão e suas luas, que ocorreu em 14 de julho de 2015.
A essa altura, a espaçonave já está a mais de 70 milhões de quilômetros do astro, mergulhando cada vez mais profundamente no cinturão de Kuiper – uma coleção de centenas de milhares de pedregulhos dos mais variados tamanhos, remanescentes do processo que deu origem aos planetas.
O sobrevoo de Plutão, por sinal, foi a primeira visita de uma espaçonave a um objeto dessa misteriosa região do espaço na periferia do Sistema Solar.
A segunda visita deve ser protagonizada pela própria New Horizons, em 2019. A Nasa já selecionou um alvo para ser visitado além de Plutão – o pequeno 2014 MU69. O astro tem só 50 km de diâmetro e é “nascido e criado” nessa região do espaço (Plutão, por sua vez, pode ter surgido mais perto do Sol e depois migrado para lá).
Aliás, o sobrevoo também será o primeiro feito por uma espaçonave lançada antes mesmo que seu alvo fosse descoberto – a New Horizons partiu em 2006, e o MU69 foi descoberto no ano passado.
As primeiras manobras da sonda para chegar lá serão executadas no mês que vem, mas a investigação científica ainda pende por aprovação orçamentária. A decisão final só deve acontecer no ano que vem.
A tendência é a aprovação. Na verdade, o plano decadal da Nasa que levou à New Horizons pedia uma missão “ao cinturão de Kuiper”, então não aprovar a extensão até 2019 seria perder a oportunidade de cumprir o objetivo inicial, depois de chegar tão perto e gastar mais de US$ 700 milhões.
Os cientistas devem apresentar um plano detalhado para o segundo sobrevoo em 2016. Enquanto isso, continuam a estudar os mistérios de Plutão.
Os dados colhidos durante aquele frenético encontro ainda estão sendo transmitidos. Depois de uma bateria inicial de imagens comprimidas, logo após o sobrevoo de julho, as transmissões priorizaram dados de telemetria e os pacotes científicos mais “leves”, que não envolviam fotografia.
A partir de agora, começam a “descer” todas as imagens colhidas, em sua resolução máxima. É nessa primeira leva que figuram as dunas de Plutão.
“Dunas em Plutão -se for isso mesmo- é algo completamente inesperado, porque a atmosfera é tão rarefeita…”, disse William McKinnon, da Universidade Washington, em Saint Louis. “Ou Plutão teve uma atmosfera mais densa no passado, ou algum processo que não sacamos está em operação. É de coçar a cabeça.”
Os cientistas ainda têm muito trabalho pela frente. Transmitindo em velocidade de internet discada, a sonda levará um ano para concluir o envio das imagens feitas no sobrevoo.
fonte: megaarquivo.com/2015/09/12/11-776-astronomia-plutao-tem-dunas-mesmo-sem-vento-descobre-sonda-da-nasa/
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