Astrônomos utilizando o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa, detectaram as maiores moléculas presentes no espaço, esferas de carbono conhecidas como "buckyballs", conforme divulgou a agência espacial norte-americana nesta quinta-feira (22).
Similares a bolas de futebol, as 'buckyballs' foram obtidas pela primeira vez em laboratório há 25 anos. No espaço, porém, os compostos nunca haviam sido encontrados até agora.
"Nós estamos empolgado elas [as 'buckyballs'] têm propriedades únicas, são importantes em todo tipo de processos físicos e químicos que ocorrem no espaço", afirma o astrônomo Jan Cami, da University of Western Ontario, autor de um artigo a ser publicado na revista Science.
As "buckyballs" são compostas por 60 átomos de carbono, arranjados em estruturas esféricas, tridimensionais. O padrão alternado de hexágonos e pentágonos lembra o formato de uma bola de futebol.
As esferas de carbono contam com até 60 átomos ligados entre si (Foto: NASA/JPL-Caltech)
A equipe de Cami registrou as esferas na direção da nebulosa planetária Tc1. Nebulosas planetárias são resquícios de estrelas, como o Sol, que perderam suas camadas de gás e poeira com o passar dos anos. Geralmente são iluminadas por anãs-brancas, estrelas compactas e quentes, que iluminam e esquentam o material dispersado.
Dentro dessas nuvens em Tc1, as "buckyballs" foram encontradas. Os compostos estão em uma temperatura que permite o envio de sinais de radiação infravermelha, passível de ser detectada pelo Telescópio Spitzer.
As 'buckyballs' foram nomeadas em lembrança ao arquiteto Buckminster Fuller (Foto: NASA/JPL-Caltech)
O professor Eiji Osawa previu a existência dessas estruturas em 1970, mas elas não foram observadas até 1985. Pesquisadores simularam as condições atmosféricas de estrelas gigantes em idade avançada, repletas de cadeias de carbono.
Nomeadas em homenagem ao arquiteto Buckminster Fuller, idealizador do domo geodésico, as "buckyballs" possuem uma versão em formato de "bola de rugby" com até 70 carbonos, conhecida como C70, também vislumbrada pelo Telescópio Spitzer.
Fone: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/07/maior-molecula-existente-no-universo-e-detectada-por-telescopio-diz-nasa.html
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