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terça-feira, 28 de janeiro de 2014
VC SABE O QUE É FARINGITE?
A faringoamigdalite, ou simplesmente faringite, é uma das formas mais frequentes de IVAS (infecção de vias aéreas superiores), motivando cerca de 15 milhões de visitas médicas por ano nos EUA, ao custo anual total de 224 a 539 milhões de dólares. Estudos epidemiológicos antigos já haviam demonstrado que a imensa maioria das faringites agudas na prática médica é de etiologia viral, e que algo em torno de 5-15% dos episódios em adultos (20-30% em crianças) são causados pelo Streptococcus pyogenes, ou estreptococo do grupo A (ou simplesmente "EGA"). Identificar com precisão os portadores de faringite verdadeiramente estreptocócica é essencial, uma vez que esta doença - ainda que na maioria das vezes benigna e autolimitada merece tratamento antimicrobiano específico, pois quando o tratamento é ministrado nos primeiros 9 dias após o início do quadro, consegue-se prevenir o surgimento de febre reumática aguda em pacientes predisposto além de que o tratamento oportuno também previne complicações supurativas locorregionais como abscesso amigdaliano, adenite cervical purulenta, mastoidite e outras consequências nefastas de uma eventual bacteremia pelo EGA (ex.: infecções metastáticas em órgãos e tecidos distantes) e , ainda, acelera a resolução dos sinais e sintomas da doença, melhorando a qualidade de vida do paciente (com retorno mais precoce às atividades laborativas), além de interromper a cadeia de transmissão na família e na comunidade.
DIAGNÓSTICO
É clássico o conceito de que o quadro clínico, por si só, não possui especificidade suficiente para permitir a confirmação do diagnóstico etiológico de faringite pelo EGA.Em outras palavras, as etiologias virais produzem sinais e sintomas indistinguíveis daqueles associados à infecção por este germe , logo, os exames complementares são imprescindíveis para confirmar a presença da bactéria. Entretanto , o quadro clínico isoladamente pode permitir o diagnóstico de faringoamigdalite viral. É o caso, por exemplo, em que além dos sinais e sintomas de faringite propriamente dita coexistem manifestações de IVAS em outras topografias, manifestações estas que não podem ser justficadas pelo EGA, como sinais de rinite e laringite .( ver tabela abaixo ).
Existem duas opções principais no dia-a-dia de exames a serem solicitado:(1) teste rápido para detecção de antígenos do EGA ; (2) cultura. Ambos são coletados por meio do swab de orofaringe.A coleta deve ser feita especificamente nas duas tonsilas e também na parede posterior da orofaringe. Na criança ou no adulto, um teste rápido positivo finaliza o diagnóstico etiológico, sendo desnecessário coletar cultura nesta situação. O motivo é que uma cultura positiva não mudaria a conclusão diagnóstica ou a conduta, já que até o momento não há razão para se realizar um antibiograma do EGA isolado no dia-a-dia pois seu perfil de sensibilidade permanece notoriamente estável há décadas.Quando o teste rápido é negativo, mas a dúvida clínica persiste, está indicado confirmar sua negatividade através da cultura do swab, pelo menos em crianças pois um diagnóstico etiológico preciso é muito mais relevante nessa faixa etária, já que o emprego de antimicrobianos pode evitar o surgimento da febre reumática aguda. Em adultos, por outro lado, um teste rápido de negativo não requer confirmação obrigatória por cultura. Nestes indivíduos, a probabilidade pré-teste de etiologia estreptocócica é mais baixa, e de qualquer forma a chance de febre reumática, também, é excepcionalmente reduzida . A dosagem de anticorpos anti-exoenzimas estreptocócicas (ex.: ASLO, anti-DNAse B) não é útil para o diagnóstico de faringite pelo EGA , já uma "viragem sorológica" (aumento nos títulos de anticorpos em dosagens seriadas) sem dúvida confirma o diagnóstico etiológico, porém, esta é uma estratégia diagnóstica retrospectiva, pois a "viragem" só acontece 3-8 semanas após o início do quadro, permanecendo os títulos elevados ao longo dos próximos meses. A dosagem de anticorpos anti-exoenzimas estreptocócicas, por outro lado, é importante para o diagnóstico das complicações não-supurativas tardias.
TRATAMENTO:
Dado seu espectro antimicrobiano mais estreito (o que reduz a chance de seleção de cepas resistentes), bem como seu relativo baixo custo e pequena probabilidade de efeitos adversos graves - além é claro, de sua comprovada eficácia na infecção sintomática pelo EGA - as drogas de escolha são a penicilina ou a amoxicilina. Pacientes alérgicos à penicilina podem receber uma cefalosporina de 1a geração (ex.: cefalexina), desde que a alergia à penicilina não seja uma reação de hipersensibilidade imediata do tipo 1 (reação "anafilática")... Em ambas as situações a duração do tratamento deve ser de 10 dias, tempo médio suficiente para erradicar o estreptococo da orofaringe. Outras opções terapêuticas válidas são: (1) clindamicina ou claritromicia, também por 10 dias; (2) azitromicina por apenas 5 dias. A penicilina pode ser ministrada pela via oral (penicilina V) ou pela via parenteral, esta última na forma de penicilina benzatina, uma estratégia, diga-se de passagem, comprovadamente custo-eficaz realizada em dose única no momento do atendimento. Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) e drogas antitérmicas/antipiréticas como paracetamol (acetaminofeno) e dipirona são úteis e seguras no tratamento adjuvante ("sintomático") da faringoamigdalite pelo EGA. Elas promovem alívio dos sinais e sintomas de inflamação local e sistêmica (dor, febre, mal-estar etc), restaurando mais rapidamente o bem-estar do paciente. Tratamentos tópicos (ex.: gargarejos, pastilhas ou sprays contendo anestésicos locais) podem ser utilizados, mas deve-se ter cuidado com seu emprego em crianças pequenas, pelo risco de engasgo.
As faringites virais não possuem tratamento específico, inexistindo benefício clínico com o uso de antimicrobianos nesta situação, pelo contrário: além do custo financeiro há risco de paraefeitos medicamentosos e indução de resistência microbiana. De fato, acredita-se que o uso desnecessário de antimicrobianos no tratamento das faringites virais seja um dos mais importantes contribuintes para a expansão do fenômeno de resistência, evento cada vez mais observado em patógenos oriundos da comunidade. Vimos que em crianças cerca de 20-30% das faringites agudas são causadas pelo EGA, porém, estatísticas norteamericanas revelam que por volta de 70% dos casos de faringite aguda atualmente recebem a prescrição de algum antimicrobiano.
BIBLIOGRAFIA:Clinical Practice Guideline for the Diagnosis and Management of Group A Streptococcal Pharyngitis: 2012 Update by the Infectious Diseases Society of America
Fonte: infectopedia
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