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sábado, 26 de abril de 2014
SEGUNDO GOOGLE, OS GOVERNOS ESTÃO NOS VIGIANDO CADA VEZ MAIS
Em seu mais recente Relatório de Transparência, o Google mostrou que a “vigilância governamental” está em alta: de janeiro a junho deste ano, a empresa recebeu quase 21 mil pedidos de informações de usuários por parte de governos ao redor do mundo. No topo da lista estão os Estados Unidos, com 7.969 pedidos (dos quais 90% foram atendidos); o Brasil está em terceiro lugar, com 1.566 pedidos (76% atendidos).
Entre os dados que ficam nas mãos do Google estão históricos de busca, mensagens do Gmail, preferências do YouTube, fotos no Picasa, documentos armazenados no Google Drive e informações sobre usuários do Blogger.
Outra informação divulgada no relatório é o número de pedidos de remoção de conteúdos desses serviços: 1.791 solicitações no primeiro semestre de 2012 (contra 1.048 no segundo semestre de 2011).
Em entrevista à BBC, uma porta-voz do Google afirmou que o Relatório de Transparência serve como um indicador do comportamento de governos ao redor do mundo. “Por exemplo, na Turquia há leis específicas sobre difamação de figuras públicas, enquanto na Alemanha nós recebemos pedidos para remover conteúdo neo-nazista”, explicou. “No Brasil recebemos muitos pedidos para remover conteúdo durante as eleições porque há uma lei banindo paródias de candidatos”.
Para Nick Pickles, diretor do grupo de campanha Big Brother Watch, o cenário é inquietante: “Deveria nos preocupar o fato de que, enquanto o governo tenta justificar o monitoramento de todos os nossos e-mails, visitas a websites e mensagens em mídias sociais, há centenas de pedidos de dados recusados todos os anos pelo Google”. Ele ressalta que outras empresas deveriam divulgar detalhes sobre esse tipo de solicitação, para que o público soubesse até onde vai o poder de vigilância dos governos.
“A informação que revelamos é apenas uma pequena fração da interação dos governos com a internet, já que não sabemos sobre a maior parte dos pedidos feitos a outras empresas de tecnologia ou telecomunicações”, aponta a analista sênior de políticas do Google Dorothy Chou. Ela lembra, contudo, que em 2011 companhias como o Twitter, o LinkedIn e o Dropbox passaram a divulgar suas estatísticas também. “Nossa esperança é que, com o tempo, mais dados irão dar suporte ao debate público sobre como manter a internet livre e aberta”.
Fontes: hypescience /Daily Mail UK
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