É melhor trocar o processador ou colocar mais memória? Investir em uma GPU ou em um SSD? Fizemos o teste e a resposta é: “depende da forma como você usa o PC”.
Fazer um upgrade em um PC é meio como dar um tiro no escuro. Sim, um processador ou GPU mais velozes, mais memória ou uma unidade SSD podem aumentar significativamente o desempenho de um sistema. Mas descobrir qual atualização irá lhe oferecer o maior ganho de desempenho é algo que depende do uso que você faz da máquina e de quais são os “gargalos” na configuração atual.
Se você não joga, uma GPU mais poderosa não irá fazer tanta diferença. E se você passa a maior parte do tempo usando o Word, mudar de um processador dual-core para um monstro com seis núcleos pode não resultar em nenhum ganho perceptível. O mesmo se aplica a quase qualquer outro upgrade possível.
Felizmente, se você precisa de mais potência e tem alguns reais sobrando no bolso, podemos ajudá-lo a determinar quais upgrades irão lhe oferecer o melhor benefício. Para isso pegamos um PC comum e fizemos o upgrade de seus componentes, um a um. Depois de cada upgrade, testamos o desempenho e retornamos a máquina à configuração original antes de testar o componente seguinte. Nosso objetivo era ilustrar claramente os benefícios individuais da troca de um processador, GPU, memória e armazenamento. Os resultados estão abaixo.
A configuração original
Começamos o projeto com uma máquina baseada em um processador Core i3-4330 (da família Haswell) com 8 GB de RAM e um HD de 640 GB e 7200 RPM da Western Digital. Vídeo estava a cargo da GPU Intel HD 6400, e o sistema estava rodando o Windows 7 Ultimate em sua versão de 64 Bits. Não é um PC ruim, nem mesmo antigo, mas a CPU e a GPU não são especialmente poderosas, os 8 GB de memória estavam em um único pente (o que limita o desempenho) e o HD já estava bem velhinho.
A maioria dos benchmarks que usamos, como o Cinebench R15, o SiSoft SANDRA 2014 e o CrystalDiskMark, isola o desempenho dos componentes individuais, mas também adicionamos à bateria de testes o PCMark 7, para ver também o desempenho do sistema como um todo.
Trocando o processador
O Core i3-4330 tem todas as características de um processador “de massa”: dois núcleos, pouco calor e baixo custo (US$ 140 nos EUA). É exatamente o tipo de processador que você encontra em uma máquina de baixo custo nos grandes varejistas, ou monstada por pequenos integradores.
Um processador Intel Core i7 similar ao que usamos.
O novo processador que escolhemos é o atual topo de linha da família Haswell, o Core i7-4770K (US$ 339 nos EUA). Ele tem a mesma GPU Intel HD 4600 de nosso Core i3, mas quatro núcleos (com suporte a HyperThreading), mais cache e um clock mais alto. Trocando em miúdos, se sua máquina tem uma placa-mãe com um soquete LGA1150, o Core i7-4770K é o processador mais rápido que você pode colocar nele.
Números em pontos, quanto maior melhor. Na barra superior, a máquina com o processador
Core i7-4770K. Na barra inferior, a configuração original com o Core i3-4330.
Em nossos testes, o upgrade do processador resultou em imensos ganhos no teste de CPU do Cinebench, e um salto de mais de 17% no desempenho geral do sistema. A troca do processador também aumentou a taxa de transferência de dados do HD, muito provavelmente porque o disco contém o sistema operacional, e o impacto de tarefas em segundo plano que interromperiam o benchmark de disco foi minimizado com o processador mais rápido.
Mais memória!
A memória do sistema era DDR3-1600, a frequência máxima oficialmente suportada para processadores Haswell para desktops. Mas com apenas um pente instalado, o sistema estava rodando em uma configuração Single-Channel, o que limita a largura de banda disponível.
Nós atualizamos o sistema com um segundo DIMM de 8 GB (que nos EUA custa cerca de US$ 80), o que resulta em uma configuração de memória Dual-Channel com o dobro da largura de banda. A largura de banda extra ajuda a manter o processador e a GPU integrada “bem servidos” com dados, o que aumenta o desempenho do sistema em várias situações.
Números em pontos, quanto maior melhor. Na barra de cima, o desempenho com um
pente extra de 8 GB de RAM. Na de baixo, o desempenho na configuração original
Este upgrade resultou em um ganho de mais de 17% no PCMark 7, e o desempenho gráfico, medido no teste OpenGL do Cinebench, também aumentou significativamente. O SiSoft SANDA mostrou que com o sendo pente de memória instalado a largura de banda praticamente dobrou, o que ajuda bastante o desempenho gráfico.
Instalando uma GPU dedicada
A maioria dos sistemas de gráficos integrados, incluindo o Intel HD 4600 em nossa configuração base, usa a memória do sistema para operações gráficas. Isso significa que a GPU integrada não só está consumindo uma porção da memória do sistema, mas também está competindo por largura de banda e recursos no controlador de memória do sistema. Instalar uma placa de vídeo dedicada, com seu próprio sistema de memória integrado, libera a memória do sistema para uso por outros aplicativos e pelo sistema operacional.
É aqui que entra a GeForce GTX 750 Ti. Ela não só é uma GPU com um preço relativamente acessível (US$ 149 nos EUA) como é silenciosa, consome apenas 60 Watts e não exige que a fonte tenha conectores extras para alimentá-la. Se sua máquina tem um slot PCI Express X16, a GTX 750 Ti irá funcionar nela. Algumas outras GPUs dedicadas exigem mais energia, e para isso precisam de um ou dois conectores de força adicionais e, talvez, a troca da fonte de alimentação de seu PC por uma que consiga lidar com a carga.
Números em pontos, quanto maior melhor. Na barra de cima, o desempenho no teste
OpenGL do Cinebench após o upgrade. Na de baixo, o desempenho na configuração original.
Colocar a GTX 750 Ti em nosso sistema resultou em um ganho de desempenho geral de apenas 7%, segundo o PCMark 7, mas o desempenho gráfico no teste de OpenGL do Cinebench foi pras alturas. Uma GPU mais sofisticada traria resultados ainda melhores. E a largura de banda da memória do sistema também aumentou em mais de 3%.
Um disco ligeirinho
Discos rígidos tem sido uma das fundações dos PCs desktop e notebooks há eras. São confiáveis e disponíveis em capacidades imensas. Mas mesmo os discos rígidos com pratos capazes de rodar a mais de 10.000 RPM tem dificuldade em atingir taxas de transferência de mais de 230 MB/s, e tempos de acesso na casa dos dois dígitos são comuns.
Já a maioria das boas unidades de estado sólido atuais não tem problemas em saturar uma interface SATA e oferecer taxas de transferência de mais de 520 MB/s, junto com tempos de acesso de menos de 1 ms. Em outras palavras, os SSDs podem acessar e mover dados mais rapidamente que qualquer outro disco rígido. As unidades de estado sólido também tem o benefício de não ter partes móveis, portanto são mais resistentes a vibrações e choques.
Fizemos o upgrade de nosso sistema com um SSD Corsair Force GT de 240 GB (US$ 190 nos EUA). Ele usa um controlador SandForce e tem velocidade de leitura sequencial de até 555 MB/s, e de escrita sequencial de até 525 MB/s. É um modelo um tantinho antigo, mas ainda assim rápido o bastante.
Assim como a GTX 750 Ti, o SSD aumentou o desempenho geral do sistema em pouco mais de 7%, segundo o PCMark 7, mas as velocidades de transferência no CrystalMark cresceram exponencialmente, especialmente no acesso aleatório.
Nas duas barras superiores, teste de escrita sequencial no SSD e no HD, respectivamente.
Nas duas inferiores, teste de leitura sequencial no SSD e no HD, respectivamente.
Números em Megabytes por segundo (MB/S), quanto mais, melhor.
Mas o que os testes não mostram é o quão mais “esperta” a máquina fica com um SSD. É o upgrade que traz o ganho mais perceptível na maior variedade de tarefas. Tudo, do tempo de boot à navegação na web, fica melhor com um SSD.
Juntando tudo
Para terminar, nós remontamos nossa máquina de testes, mas com todos os upgrades instalados de uma só vez. E como é de se esperar, vimos ganhos maciços em todos os aspectos.
Na barra superior, resultado no PCMark 7 após o upgrade total. Na inferior, o resultado anterior.
Números em pontos, quanto mais melhor.
No geral, nossos resultados refletem nossa opinião inicial: o “melhor” upgrade depende de como você usa o sistema. Os gamers provavelmente irão se beneficiar mais de um upgrade de GPU, enquanto um SSD seria a melhor escolha para o usuário geral. Se você abusa da multitarefa (fazendo várias coisas ao mesmo tempo) ou usa aplicativos multi-threaded, irá ter ganhos melhores com uma CPU mais poderosa ou mais memória.
Seja qual for o caso, esperamos que nossos dados joguem uma luz sobre quais ganhos de desempenho podem ser esperados dos upgrades mais comuns, e que isso lhe ajuda a tomar uma decisão na hora da compra.
FONTE: pcworld.com.br/dicas/2014/05/09/veja-quais-upgrades-no-pc-oferecem-o-melhor-custo-beneficio/
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