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domingo, 31 de maio de 2015

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE A HÉRNIA DE DISCO

Dores nas costas e lesões na coluna podem ser tratadas com novas técnicas fisioterápicas e cirúrgicas. Mas os maus hábitos podem tornar o problema crônico e roubar sua qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 85% da população teve ou vai ter dor nas costas em algum momento da vida. No Brasil, ela é a maior causa de afastamento do trabalho e a terceira mais frequente de aposentadoria precoce. Entre janeiro e novembro de 2012, mais de 116 mil pessoas receberam auxílio-doença por esse motivo. Conhecidas de forma genérica como lombalgia, cervicalgia ou dor ciática, as dores nas costas merecem atenção para um diagnóstico médico preciso e indicação correta de tratamento.
Embora as causas mais comuns das dores nas costas sejam as hérnias de disco, os desgastes na coluna e as alterações posturais, o diagnóstico deve descartar outras possibilidades. O cirurgião de coluna Cristiano Magalhães Menezes, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Coluna, explica que elas podem também ser sinal de tumores, artrose nas pequenas articulações (ou facetária), espondilolistese (deslizamento de um corpo vertebral no sentido anterior, posterior ou lateral em relação à vértebra de baixo) e até mesmo alterações em outros órgãos, como os rins. “Uma vez que o paciente foi avaliado adequadamente pelo médico, é possível indicar a melhor conduta”, explica o médico. Nossa coluna é formada por vértebras. Entre elas, estão os discos, constituídos de cartilagem e minerais, que permitem a mobilidade e amortecem os movimentos. Com o tempo, alguns fatores de risco, como a idade e a hereditariedade; além das alterações posturais, sedentarismo, tabagismo e outros hábitos predispõem uma degeneração do disco. Com o achatamento da coluna, o disco se desloca para trás e lateralmente, comprimindo o nervo. Se for na região lombar, atinge principalmente o nervo ciático. A dor é caracterizada por dormência, formigamento e pode irradiar para as pernas. Se for na região cervical, próxima ao pescoço, pode irradiar para os braços. Nossa coluna é formada por vértebras. Entre elas, estão os discos, constituídos de cartilagem e minerais, que permitem a mobilidade e amortecem os movimentos. Com o tempo, alguns fatores de risco, como a idade e a hereditariedade; além das alterações posturais, sedentarismo, tabagismo e outros hábitos predispõem uma degeneração do disco. Com o achatamento da coluna, o disco se desloca para trás e lateralmente, comprimindo o nervo. Se for na região lombar, atinge principalmente o nervo ciático. A dor é caracterizada por dormência, formigamento e pode irradiar para as pernas. Se for na região cervical, próxima ao pescoço, pode irradiar para os braços O fisioterapeuta Rodrigo Moura (foto ao lado), membro da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna, explica que vários fatores podem levar às dores lombares e cervicais. A alteração postural é um deles. “Mais de 70% dos pacientes que recebo têm o hábito – pela rotina de estudos e trabalho – de ficar muito tempo sentados. Quando você se senta de maneira incorreta, o peso que iria para os músculos acaba sendo jogado em cima dos ossos, ligamentos, tendões e discos. O efeito cumulativo e progressivo dessas alterações na postura – seja quando estamos sentados, ou mesmo na hora de dormir, carregar peso, amarrar o tênis – pode levar ao desgaste”, afirma. Rodrigo Moura, fisioterapeuta da Clínica FortaleSer: “o maior desafio é manter-se bem e abandonar os velhos hábitos” O fisioterapeuta defende que o tratamento conservador e não-invasivo sempre deve ser tentado antes de um procedimento cirúrgico. “Apenas uma fração de 5 a 15% dos pacientes vai receber a indicação de cirurgia”, pondera. Cristiano Menezes completa. “Para mais de 80% das pessoas, o tratamento fisioterápico será suficiente. Mas, se o paciente não responde a ele por mais de seis meses – no caso da dor lombar ou cervical sem irradiação para outros membros do corpo – e após três meses de tratamento da dor com irradiação, pode haver indicação de cirurgia, dependendo do diagnóstico”, define o cirurgião. Além da resposta ao tratamento, algumas outras ‘bandeiras vermelhas’ devem ser consideradas na indicação da cirurgia. “Sinais clínicos como febre e emagrecimento podem ser sinais de algo mais sério, que vai além de uma simples dor lombar. Pode haver até perda de função neurológica, com fraqueza, demência, alterações na destreza e equilíbrio, que são indicativos para pular o tratamento conservador e partir para a cirurgia”, explica Menezes.

Evolução

Tanto a fisioterapia quando a cirurgia direcionada à coluna evoluíram muito nos últimos anos. Uma das novidades, é a mesa de Tração Eletrônica e Descompressão Dinâmica, indicada para o tratamento de várias patologias, como a lombalgia, cervicalgia, dor ciática, protrusão discal, espondilose e artrose. Rodrigo explica que as mesas integram o programa de Reconstrução Musculo-Articular (RMA) da coluna vertebral, formado por cinco etapas que promovem a mobilidade, melhoram a sobrecarga e a estabilização vertebral, além do fortalecimento da musculatura e do abdômen. O fisioterapeuta salienta que trabalha de forma associada com pilates, musculação e outras atividades físicas. “A prática esportiva regular é uma grande aliada para prevenir as dores. Fortalecer a musculatura pode prevenir problemas e, caso ele venha por um fator hereditário, por exemplo, pode ajudar na recuperação mais rápida”, explica Rodrigo. A atividade deve contar com orientação profissional sempre, porque alguns esportes, como a corrida, por exemplo, traz impacto. “Caso a pessoa já tenha uma predisposição ao problema na coluna, ele pode ser agravado se não houver acompanhamento e planejamento do ritmo do treino, com periodização de corrida, caminhada e descanso. O progresso deve ser controlado”, alerta o especialista. Outro aspecto que deve ser considerado é a manutenção dos hábitos corretos. “Não existe fórmula mágica. Se, mesmo depois do tratamento conservador ou da cirurgia, a pessoa voltar aos velhos hábitos, o mesmo problema pode voltar dentro de dois ou três anos, em um círculo vicioso e muito dolorido, podendo estar presente de forma crônica na vida do paciente. O maior desafio é manter-se bem”, alerta o fisioterapeuta. Cristiano Menezes (foto ao lado) informa que a cirurgia de coluna também evoluiu muito na última década. “A técnica por via aberta convencional era bastante agressiva, levava a lesões importantes nos músculos e sangramento extenso. A recuperação era lenta e dolorosa. Na última década, o crescimento exponencial das técnicas permitiu resolver os principais problemas de coluna sem a necessidade de uma intervenção tão agressiva”, explica o cirurgião. O cirurgião Cristiano Menezes explica: o tratamento conservador, sem cirurgia, é suficiente em cerca de 80% dos casos. Para os pacientes em que há indicação de cirurgia, as técnicas evoluíram e, por meio de ações minimamente invasivas, a recuperação é muito mais rápida e menos dolorosa. As cirurgias minimamente invasivas são feitas por meio de tubos, que variam de 14 a 20 milímetros de diâmetros e dão acesso à coluna através da pele. “É semelhante à artroscopia de joelho e ombro e à laparoscopia dos órgão abdominais. Os pacientes se recuperam mais rápido, sentem menos dores e estão sujeitos a riscos menores, inclusive em relação a infecções”, explica o médico. Em alguns casos, como o de uma hérnia de disco, o paciente pode voltar ao trabalho dentro de uma ou duas semanas. Em situações de maior complexidade, o retorno é possível dentro de 30 a 40 dias. “Se a cirurgia tem a indicação adequada, o ideal é trabalhar para minimizar o desconforto. A cirurgia e a reabilitação trabalham de forma colaborativa, não oposta. Tanto nas questões relativas à coluna quanto em outras áreas da ortopedia e da medicina esportiva, por exemplo, as duas técnicas evoluíram muito e são aliadas’, resume Cristiano Menezes.

Quando acontece lesão e degeneração do disco

Pode acontecer devido ao colapso por fadiga onde com sobrecargas de torção, o anel torna-se distorcido, mais em região póstero-lateral oposta à direção da rotação. As camadas do anel fibroso externo perdem sua coesão e começam a separar-se umas das outras. Cada camada age então como uma barreira separada para o material nuclear. Por fim, ocorrem lacerações radiais e comunicação do material nuclear entre as camadas. Com flexões de tronco e sobrecargas de levantamento repetidas, as camadas do anel são distendidas; elas tornam-se firmemente agrupadas nas regiões póstero-laterais, desenvolvem-se fissuras radiais e o material nuclear migrar para as fissuras. As camadas externas das fibras anulares podem conter o material nuclear enquanto ainda são uma camada contínua. Após uma lesão, há a tendência de o núcleo edemaciar-se e distorcer o anel. A distorção é mais grave na região onde as fibras anulares são alongadas. Se as camadas externas se romperem, poderá ocorrer extrusão do material nuclear através das fissuras. A regeneração é tentada, mas há má circulação no disco e qualquer reparo fibroso é mais fraco do que o tecido normal e leva um longo tempo devido ao estado relativamente avascular do disco. A lesão e degeneração do disco podem acontecer também por uma ruptura traumática do anel pode ocorrer de uma única vez ou ser sobreposta a um disco onde esteja ocorrendo o colapso gradual dos círculos do anel. Isso é visto mais comumente em lesões traumáticas de hiperflexão.

Patologias de disco

As protrusões de disco (desarranjos) são condições que podem ocorrer em decorrência de posturas prolongadas em flexão, microtraumas repetitivos em flexão ou lesões traumáticas em flexão. Inicialmente os sintomas podem ser exacerbados quando se tenta a extensão, porém depois podem diminuir com o uso de movimentos de extensão cuidadosamente controlados. Vários estudos tem documentado que pacientes com núcleo pulposo herniado que tiveram redução de sintomas com uma abordagem extensora de tratamento responderam favoravelmente ao tratamento conservador não-cirúrgico.

Hérnia de disco ou protusão discal

É uma patologia em que parte do núcleo pulposo faz protrusão em uma área enfraquecida ou fissurada do anel. A protrusão do disco exerce pressão sobre o ligamento longitudinal, podendo ocasionar dor intensa na região inferior das costas, provocando quadros de lombalgia, lombociatalgia, ou mais raramente, a síndrome da cauda equina. Se a protrusão for grande, ela faz pressão sobre a raiz do nervo podendo resultar em dormência, formigamento ou fraqueza nos músculos supridos por esta raiz do nervo. É mais frequente em região lombar, porém pode ocorrer em qualquer local da coluna vertebral. Pode ser desses tipos:
Prolapso (protrusão contida): quando a base de implantação sobre o disco de origem é mais larga que qualquer outro diâmetro. É uma protrusão do núcleo que ainda esta contida nas camadas externas do anel fibroso e nas estruturas ligamentares de suporte. Extrusão: Quando a base de implantação sobre o disco de origem é menor que algum dos seus outros diâmetros ou quando houver perda no contato do fragmento com o disco. Uma protrusão na qual o núcleo pulposo se rompe através do anel externo e fica sob o ligamento longitudinal posterior. Sequestro livre: núcleo que sofreu extrusão move-se para longe da área prolapsada.

Qual a incidência?

A lesão ou degeneração do disco afeta a biomecânica da coluna em geral. Inicialmente há aumento da mobilidade do segmento maior do que a normal, com flexão/extensão e translação do corpo vertebral para frente e para trás. A distribuição de força ao longo de todo o segmento é alterada, causando forças anormais nas facetas e nas estruturas de suporte. Entre 20 e 55 anos de idade, mas com mais frequência entre os 30 e 40 anos são mais suscetíveis à lesões sintomáticas de disco. Exceto em casos de trauma, o surgimento sintomático na coluna lombar esta geralmente associado aos simples atos de inclinar-se, inclinar-se e levantar um objeto ou tentar ficar em pé depois de ter estado por muito tempo deitado, sentado ou inclinado para frente. Como o anel se enfraquece devido à fadiga pela carga com o tempo, ele tem menos capacidade de suportar pressões aumentadas quando há sobrecargas desproporcionalmente mais altas, podendo ocorrer o prolapso do material nuclear através das lacerações das fissuras que mais comumente são póstero-laterais e, com o aumento das pressões, pode fazer uma saliência contra as fibras anulares externas, causando uma distorção do anel; ou pode ocorrer extrusão do material nuclear do disco através de fissuras completas do anel. A pessoa pode ou não ter uma sensação de algo rasgando. Muitos pacientes têm uma historia de má postura em flexão.

Causas

A palavra coluna já diz tudo sobre a importância desta estrutura no nosso corpo. Ela é o centro de equilíbrio do sistema musculoesquelético do ser humano. Não é à toa que muitas lesões da coluna vertebral são atribuídas ao desequilíbrio e desalinhamento desta estrutura, ou seja, a má postura. Fatores hereditários são os que mais provocam hérnia de disco, no entanto traumas de repetição no trabalho e no esporte, traumas direto, o fumo e a idade avançada também são motivos de lesões degenerativas. O mecanismo de lesão mais comum é a torção (rotação de tronco) da coluna ou levantar (flexão de tronco) um objeto do solo, sendo essa carga não necessariamente pesada para causar a lesão. Normalmente essa lesão ocorre, pois a coluna não está preparada para suportar o estresse do levantamento da carga naquele momento. A compressão da vértebra também é uma das causas da hérnia de disco. O sedentarismo é um fator determinante para dores nas costas oriundas da hérnia de disco e de outras doenças, pois as pesquisas comprovam que a atividade física qualitativa para coluna é um fator de extrema importância para melhora e prevenção das dores nas costas. Entre fatores ocupacionais associados a um risco aumentado de dor lombar estão: - Trabalho físico pesado; - Postura de trabalho estática; - Inclinar e girar o tronco frequentemente; - Levantar, empurrar e puxar; - Trabalho repetitivo; - Vibrações; - Psicológicos e psicossociais (Adersson GBJ,1992); - Diminuição do espaço intervertebral; - Formação osteofitária; - Desequilíbrios biomecânicos: causados por desequilíbrios dos estabilizadores dinâmicos (músculos) e estáticos (estruturas ligamentares, articulações); - Obesidade; - Atividade ocupacional; - Atividade esportiva; - Traumas severos sobre a coluna.

Sinais e sintomas

Os sinais mais comuns são, dormência, formigamento e fraqueza podendo estar presentes mesmo na ausência de qualquer intensidade de dor significativa. Há aumento de dor ao tossir e nos teste da elevação da perna estendida. Exercícios de flexão também aumentam a dor e os de extensão trazem alivio, e isto ocorre, pois na extensão lombar o disco se movimenta anteriormente, para longe da protrusão. Outros sintomas mais comuns são dores localizadas nas regiões onde existe a lesão discal, podendo estas dores serem irradiadas para outras partes do corpo. Quando a hérnia é na coluna cervical as dores se irradiam para os braços, mãos e dedos. Se a hérnia de disco é lombar, as dores se irradiam para as pernas e pés. O paciente pode também sentir formigamentos e dormência nos membros. Nos casos mais graves, pode haver perda de força nas pernas e incontinência urinária. Comportamento da dor: a dor pode aumentar gradualmente quando a pessoa está inativa, como quando fica sentada ou após uma noite de repouso. O paciente, em geral, descreve um aumento da dor quando tenta sair da cama de manha ou ao se levantar. Os sintomas são geralmente agravados com atividades que aumentam a pressão intradiscal, como ficar sentado e inclinado para frente, tossir ou fazer um esforço isométrico, ou ao tentar ficar em pé após ter estado em uma posição flexionada. Geralmente os sintomas são amenizados durante a caminhada. Dor aguda: quando há uma lesão do disco lombar, inicialmente o desconforto é observado na região lombossacral ou nas nádegas. Alguns pacientes experimentam uma dor que se estende para a coxa.

Etiologia dos sintomas

O disco é basicamente aneural; nem todas as protrusões de disco são sintomáticas. Dor: os sintomas surgem devido à pressão da protrusão contra estruturas sensíveis à dor (ligamentos, dura-máter e vasos sanguíneos em torno das raízes nervosas). Sintomas e sinais neurológicos: eles surgem devido à pressão contra a medula espinal ou raiz\es nervosas, gerando fraqueza motora especifica e aliterações sensoriais em dermátomos específicos. A dor irradiando em um padrão de dermátomo, o aumento da atividade mioelétrica nos posteriores da coxa, a diminuição no teste de levantamento da perna estendida e os reflexos tendinosos profundos deprimidos também podem estar associados a estímulos de dor referida provenientes dos músculos espinhais, dos ligamentos interespinhais, do disco e das facetas articulares, e portanto, não são sinais verdadeiros de pressão na raiz nervosa. Variabilidade dos sintomas: os sintomas variam dependendo do grau e da direção da protrusão. Protrusões posteriores ou póstero-laterais são mais comuns. Com uma pequena lesão posterior ou póstero-lateral, pode haver pressão contra o ligamento longitudinal posterior, contra a dura-máter ou suas extensões em torno das raízes nervosas. O paciente pode descrever uma dor intensa na linha media da região lombar alastrando-se através da coluna para as nádegas e coxas. - Uma protrusão posterior larga pode causar sinais medulares como perda de controle da bexiga e anestesia em sela. - Uma protrusão póstero-lateral larga pode causar sinais parciais de medula espinal ou raiz nervosa. - Uma protrusão anterior pode causar pressão contra o ligamento longitudinal anterior, resultando em dor na coluna. Pode não haver sinais neurológicos. Os níveis mais comuns de protrusão são os segmentos entre a quarta e quinta vértebras lombares e entre a quinta vértebra lombar e o sacro, embora possa ocorrer uma lesão em qualquer nível. Mudança de sintomas: os sintomas podem se alterar se houver integridade da parede anular, porque o mecanismo hidrostático ainda está intacto. Inflamação: os conteúdos do núcleo pulposo no canal neural podem causar uma reação inflamatória e irritar o saco dural, os envoltórios de suas raízes nervosas ou as raízes nervosas. Os sintomas podem persistir por períodos extensos e não responder a alterações puramente biomecânicas. A dor lombar pode ser pior do que a dor na perna durante o teste de levantamento da perna estendida. A resolução ruim desse estimulo inflamatório pode levar a reações fibróticas, comprometimentos na mobilidade dos nervos e dor crônica. Geralmente é necessária a intervenção medica precoce com agentes anti-inflamatórios.

Diagnóstico clínico

O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames como Raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada. O diagnóstico clínico é feito através da: - Identificação (Idade, Profissão, Estado Civil); - Anamnese (uma entrevista, queixa Principal do paciente, HMA/HMP (História da Moléstia Atual/História Médica Pregressa); - Avaliação clínica; - Inspeção: posicionamento da pelve em anteversão ou retroversão, angulação lordose, desvios; - Palpação: crista ilíaca, espaço intervertebral, processo espinhoso, face posterior do cóccix, trocanter maior, tuberosidade isquiática, espinha ilíaca póstero-superior; - ADM: flexão, extensão, inclinação lateral de tronco; - Reflexos: patelar, oriundos da raiz L2, L3, L4, mais predominantemente de L4 e também aquileu; - Sensibilidade: dermátomo de L4 cobre a face medial da perna. Dermátomo de L5 é responsável pela parte lateral do fêmur e o dorso do pé. O dermátomo de S1 cobre o maléolo lateral e a face lateral da superfície plantar do pé; - Força Muscular: testar ações musculares de MMII; - Testes Especiais: Valsalva, Laségue, Elevação de Membros Inferiores.

Diagnóstico por imagem

Os exames mais solicitados são: - Raios-X: De uma forma geral é o primeiro exame a ser solicitado, com objetivo de avaliar estrutura óssea da coluna, seus espaços, corpos vertebrais isoladamente e em conjunto, podendo ser observado sinais de fraturas, desgastes e lesões tumorais. No caso de hérnia discal, um sinal importante ao Raio X é a redução do espaço discal, chamado de pinçamento entre as vértebras, ocorrendo a aproximação dos corpos vertebrais de forma anormal. - Mielografia: É o RX, com injeção de contraste no canal vertebral peridural. Por se tratar de exame mais agressivo, pela injeção de contraste com agulha e por mostrar uma imagem indireta do disco tem sido pouco usado. - Tomografia Computadorizada: É um exame mais moderno que o Raio X e a Mielografia, sendo indicada para avaliação da estrutura óssea e, também, da hérnia discal que é um tecido gelatinoso e fibroso. - Ressonância Nuclear Magnética: Atualmente é o melhor exame que se dispõem para o diagnóstico da hérnia de disco e para investigação se há compressão e lesão da medula. É um exame que mostra com grande clareza e detalhes os tecidos menos densos que o osso, baseando-se na quantidade de água que há na estrutura estudada. Podem ser avaliadas várias estruturas como ligamentos, músculos, cartilagem e medula. Por exemplo, a presença de lesão intramedular “mielopatia“, onde ocorre acúmulo de líquido na medula (inflamação e edema).

Tipos de tratamento

A hérnia de disco lombar extrusa é uma condição ortopédica muito frequente e importante, que afeta os discos intervertebrais da coluna vertebral, que funcionam como verdadeiros amortecedores. A patologia se dá quando há o rompimento desse ânulo fibroso e o conteúdo gelatinoso interno, chamado de núcleo pulposo, sai através de uma fissura na membrana. Com isso, as raízes nervosas que passam pelo espaço intervertebral comprimem-se, causando os sintomas clínicos característicos da hérnia discal: dor lombar normalmente associada à irradiação para os membros inferiores, diminuição de força muscular destes membros e formigamento nas pernas. O paciente deve continuar com sua rotina de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular para a região lombar e cadeia muscular posterior, além de tomar os devidos cuidados com o posicionamento do corpo para levantar qualquer peso a partir do solo. A dica é manter os pés ligeiramente abertos e próximos ao peso, joelhos flexionados, costas retas e não levantar um peso maior do que esta posição permite. Uma boa solução é entrar num programa de fortificação muscular, com ênfase para as regiões lombar e abdominal, além de sessões de fisioterapia para a melhora da dor e do condicionamento muscular. Outra recomendação é alternar a corrida com atividades aeróbicas alternativas, como a natação, que não tem impacto sobre a coluna e mantém o condicionamento cardiovascular. Isso permite um descanso para as estruturas músculo-esqueléticas da coluna, que recebem uma carga de peso significativa com a prática da corrida.

RMA da Coluna Vertebral

É um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de Fisioterapia Manual, mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica. Estabilização Vertebral e Exercícios de Musculação. Ele visa melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios, fortalecer os músculos profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos específicos enfatizando o controle intersegmentar da coluna lombar, cervical, quadril e ombro. Musculação Após o término das sessões previstas é fundamental buscar alternativas para manter os benefícios decorrentes do tratamento. Serão necessários estímulos frequentes e graduais que garantam a integridade das estruturas músculo-esqueléticas envolvidas e previnam contra novas crises. A opção eficiente e segura é um programa de exercícios de musculação que incluem os principais componentes da aptidão física relacionados à saúde (potência aeróbica, força e flexibilidade) ajustados de acordo com a especificidade da situação e supervisionados por profissionais de Educação Física. Pilates É um método que preconiza alcançar um desenvolvimento do corpo de forma uniforme, objetivando uma melhora no condicionamento físico e mental com exercícios globais, isto é, que exigem um trabalho do corpo todo, utilizando diferentes aparelhos e equipamentos. Através dos seus princípios, concentração, fluidez, controle, respiração, centro de força, postura o praticante do método irá melhora sua consciência corporal, flexibilidade, equilíbrio e força muscular.

Tratamento cirúrgico:

- Artrodese Lombar: Uma artrodese é uma cirurgia que fixa vértebras vizinhas com uma ponte de osso, mantendo-as alinhadas, estáveis e fortes. Na maioria das artrodeses é feita colocação de materiais de fixação, como parafusos de titânio ou espaçadores, para aumentar os índices de sucesso da fusão óssea. Embora a artrodese limite a mobilidade de da coluna, a maioria dos pacientes consegue realizar todos os movimentos necessários no dia a dia. - Discectomia clássica: emprego de lupa e foco frontal, realizando o deslocamento de apenas um dos lados, com retirada de uma pequena porção da lâmina e com cobertura do ligamento amarelo, expondo-se o saco dural. - Nucleotomia percutânea: Idealizado por Hijikata (1975), consiste na extração manual do núcleo pulposo, através de instrumentais especiais, com o intuito de reduzir a pressão intra-discal e aliviar a pressão na raiz nervosa e nos nociceptores localizados ao redor do disco intervertebral. Não remove a porção herniada do disco intervertebral. - Microdiscectomia endoscópica: A microdiscectomia endoscópica é um procedimento semelhante à discectomia aberta tradicional, que retira a hérnia de disco, mas utiliza-se de uma incisão menor. Ao invés de realmente olhar para o fragmento de hérnia de disco e removê-lo, o cirurgião utiliza uma pequena câmera para encontrar o fragmento e instrumentos especiais para removê-lo. O procedimento não requer anestesia geral, é feito através de uma pequena incisão, com menos dissecção dos tecidos. O cirurgião utiliza o raio-x, a câmera e instrumentos especiais para remover o fragmento do disco. A microdiscectomia endoscópica é apropriada em algumas situações específicas, mas não em todos os casos. Muitos pacientes são mais beneficiados com uma discectomia aberta tradicional. Embora a ideia de uma recuperação mais rápida seja boa, é mais importante que a cirurgia seja corretamente indicada e realizada. Portanto, se a discectomia aberta é mais apropriada, o procedimento endoscópico não deve ser feito.

Tratamento medicamentoso:

- Analgésicos; - Anti-inflamatórios não esteroides – AINEs; - Anti-inflamatórios esteroides – AIE; - Relaxantes Musculares; - Antidepressivos; - Corticoides.

No inverno as coisas pioram

Segundo estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública, que ouviu mais de 12 mil brasileiros, 36% afirmaram sentir dores nas costas, incômodo que costuma se intensificar no inverno. “É comum as pessoas acharem que a dor é resultante apenas do clima frio, mas, nesse período, há um aumento significativo do diagnóstico de doenças que podem parecer assintomáticas nos dias quentes, como a artrose e as artrites em geral”, detalha Julian Machado, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia da regional do Distrito Federal. A resposta por trás do aumento da dor no frio está na musculatura. Segundo a fisioterapeuta Íris Oliveira Dutra, o tecido se contrai involuntariamente, principalmente pelo fato de o indivíduo ficar mais tempo parado. Existe ainda o fato de as pessoas andarem mais encurvadas para tentar se proteger da baixa temperatura. Com isso, surge a vasoconstrição — processo de constrição dos vasos sanguíneos que reduz a irrigação muscular e faz com que o músculo leve mais tempo para exercer suas funções, ocasionando a rigidez muscular. De acordo com o especialista em dor Carlos Gropen, por causar contratura muscular, o frio pode piorar uma dor preexistente, mas o desconforto causado unicamente pelo frio pode ser devido a algum problema clínico ainda não diagnosticado, chamado alodínia. “São sensações de dor provocadas por mecanismos não dolorosos, como tato, pressão e variações bruscas de temperatura”, explica. Wesley Martins, de 50 anos faz parte da lista dos que necessitam de cuidados ainda mais especiais com a coluna durante as baixas temperaturas. “Tem que tratar e se cuidar. É nesse período de frio que os sintomas são mais presentes. Se eu não tivesse descoberto a tempo, hoje poderia estar em uma cadeira de rodas”, diz. O técnico em redes de telefonia demorou até descobrir que as crises eram sintomas de três hérnias de disco. “Foi difícil o diagnóstico. Eram atestados médicos um atrás do outro. Tomava injeções e voltava para casa”, lembra. “Um exame de ressonância magnética constatou que eu estava no início de uma quarta hérnia de disco.” Wesley acabou fazer uma cirurgia para reverter o quadro e se dedica às aulas de hidroterapia.
Postura inadequada, ganho de peso, sedentarismo, uso de sapatos inapropriados, controle inadequado de problemas clínicos, como o diabetes mellitus, e sobrecarga são alguns fatores que podem desencadear a dor nas costas. Mas o problema também pode estar associado ao fator genético. Segundo Gropen, existe um predisposição familiar a algumas patologias na coluna, como a artrose e a hérnia de disco. “Já foram identificados genes específicos, como o GDF5, o MCF2L e o FRZB, na predisposição à artrose mais grave e precoce”, afirma. A Organização Mundial da Saúde estima que 80% da população mundial teve, tem ou terá dor nas costas ao longo da vida. Rotina equilibrada Entre os cuidados com a coluna, o ortopedista Julian Machado enfatiza a importância da prática de atividade física, além do uso de agasalhos para evitar a exposição prolongada ao frio. O alinhamento postural previne alterações na musculatura da coluna, mas é necessária uma adequação nos hábitos diários. “Alguns métodos podem ajudar na reabilitação, como o pilates, a reeducação postural global (PRG) e a hidroterapia”. Especializada em terapias manuais, Iris Oliveira Dutra também atesta a eficácia de outros métodos, como a mobilização neural, que consiste em avaliar os problemas neurais da irradiação da dor para determinadas partes do corpo; o método Mckenzie para tratamento na dor lombar; o Iso Stretching, que corrige as alterações musculoesqueléticas, disfunções de coluna e na postura; e a crochetagem, que usa um instrumento que lembra um gancho e é indicado para estimular a circulação sanguínea. “Vale frisar que essas técnicas não devem ser isoladas, elas atuam no complemento uma da outra para alívio da dor e tratamento”, diz. Como a indicação é não ficar parado, a pintora Helena Vieira, de 43 anos, recorre ao balé para amenizar as dores nas colunas que ficam mais fortes durante o clima frio. “Descobri com um especialista que não tenho patologias, mas percebo que os alongamentos e os inúmeros exercícios ajudam a trabalhar a coluna”, diz ela, que frequenta a aulas duas vezes por semana. A professora de Helena, Flávia Tavares, confirma os benefícios. “Por se tratar de um exercício aeróbico, trabalha em conjunto a musculatura da coluna. Possibilita mais elasticidade, força muscular e o equilíbrio do quadril”. A alimentação também é coadjuvante nesse processo. Para conter os estímulos dolorosos, a nutricionista Joana Lucyk sugere equilíbrio no consumo de ômega 6, presente em alimentos como óleos vegetais, milho, linhaça e gergelim. “O indicado é que seja uma dieta que contenha ômega 3, encontrado na linhaça, na canola, na semente de abóbora, no atum, na sardinha, no brócolis, na gema de ovo e no cassis”, pontua. Sobre o aumento da fome durante o tempo frio, Lucyk explica que, para driblar os excessos e aquecer o corpo, vale apostar em sopas que contenham substâncias bioativas presentes na cebola, no alho, no aipo, na soja, no pimentão vermelho e no tomate. “Uvas roxas e cupuaçu também atuam no controle da dor”, completa.

Pense antes de operar

Apenas de 1% a 5% das pessoas que sofrem de dores na região lombar da coluna são diagnosticadas com hérnia discal. A maior parte dessas pessoas não tem hérnia de disco, mas sim discartrose ou o famoso bico de papagaio, ou seja, a falência estrutural ou funcional dos discos intervertebrais. Essas pessoas não precisam de maneira nenhuma fazer cirurgia. O diagnóstico da hérnia de disco está sendo feito de maneira exagerada devido ao advento da ressonância magnética e a sua indicação cirúrgica muito recorrente e desnecessária. Isso porque, frequentemente, é dito aos pacientes que ao adiarem a cirurgia, eles correrão o risco de sofrer danos permanentes nos nervos e, possivelmente, o enfraquecimento dos membros inferiores ou a perda do controle sobre intestinos ou bexiga. Um estudo observacional chamado de Spine Patient Outcomes Research Trial (SPORT) foi realizado na Faculdade de Medicina de Dartmouth, na cidade de Hanover, nos Estados Unidos. A pesquisa analisou 13 clínicas, em 11 Estados americanos, afim de verificar o que acontece com essa pequena parcela de sofredores de dores na coluna vertebral que tem, de fato, hérnia de disco, mas que não querem operar imediatamente e preferem optar por um tratamento de reestruturação da coluna vertebral que não seja invasivo. Todos os 2.000 participantes desse estudo sofriam dores resultantes de hérnias de disco e dores ciáticas nas pernas e não de bico de papagaio. O grupo A, os que não fizeram a cirurgia, receberam fisioterapia, aconselhamento e drogas anti-inflamatórias. O grupo B optou pela cirurgia feita de maneira tradicional por um médico ortopedista. O estudo constatou que a cirurgia aparenta promover o alívio da dor em um prazo mais curto, porém, a maioria dos pacientes acaba se recuperando de qualquer maneira com o tempo. Ao final, nem a espera nem a cirurgia saíram vencendo claramente. A conclusão foi que a maioria dos pacientes pode decidir com calma e segurança o que deve fazer, baseada em suas preferências pessoais e seu nível de dor. Embora muitos pacientes não tivessem mantido o tratamento designado, a maioria se saiu bem em ambos os comportamentos. Em muitos casos, os pacientes submetidos à cirurgia relataram alívio imediato à dor. Ao mesmo tempo em que, após um período de três a seis meses, os pacientes dos dois grupos relataram melhoras significativas. Dois anos depois, o estudo constatou que cerca de 70% dos pesquisados disseram ter sentido “uma melhora importante” de seus sintomas. Nenhum dos pacientes que esperou sofreu consequências sérias e teve resultados desastrosos. Muitos cirurgiões temiam que a espera pudesse acarretar danos importantes, mas o estudo comprovou que esses temores eram infundados. Houve um considerável número de mudanças de opção nos dois sentidos: pacientes que escolheram primeiramente pela cirurgia e decidiram esperar e vice-versa. O mais importante é que esse estudo comprovou que não há urgência em operar a hérnia de disco lombar quando ela realmente existe. Em grande parte dos pacientes, ela desaparece com tratamentos clínicos e, em muitos casos de cirurgia da hérnia, a dor é reincidente depois de 2 a 3 anos.

Prognóstico

O prognóstico para hérnia de disco será bom se feito um diagnóstico rápido e preciso e um bom tratamento. Também irá depender de cada paciente e de como estará sua Hérnia de Disco e de como irá reagir a terapia. É importante saber que em caso de tratamento convencional, medicamentoso não resolverem o problema o mais indicado será o tratamento cirúrgico.

Conclusão

A hérnia de disco é na verdade uma combinação de fatores biomecânicos, alterações degenerativas do disco e situações que levam a aumento de pressão sobre o disco. FONTES: por Letícia Orlandi / Saúde / EM Digital / Paula Lima Saúde / Correio Braziliense / Fisioterapêutico / Hérnia de disco// lersaude.com.br/hernia-de-disco-tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber/

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