O estudo coordenado por Stuart Brody, da Universidade West of Scotland em colaboração com colegas na Bélgica, envolveu 16 estudantes belgas. As voluntárias completaram um questionário do seu comportamento sexual e foram filmadas de um veículo à distância enquanto andavam em locais públicos. As filmagens foram avaliadas por dois professores de sexologia e dois pesquisadores assistentes treinados na abordagem sexual funcional da sexologia, os quais não estavam cientes do histórico orgástico das mulheres.
Os resultados do estudo, publicado na edição de setembro de 2008 da revista científica The Journal of Sexual Medicine, mostraram que sexólogos que possuem treinamento adequado foram capazes de inferir corretamente sobre o orgasmo vaginal através da observação da maneira que as mulheres andavam em mais de 80% das vezes. Análise posterior revelou que a soma do tamanho do passo e rotação vertebral foram maiores para as mulheres que tinham orgasmos vaginais. "Isso pode refletir o fluxo energético livre e sem bloqueios desde as pernas, passando pela pélvis até a coluna", escreveram os autores.
Há várias explicações plausíveis para os resultados mostrados por este estudo. Uma delas diz que possivelmente são as características anatômicas da mulher que podem predispor para uma tendência maior ou menor de experimentarem orgasmos vaginais. De acordo com Stuart "Músculos pélvicos bloqueados que pode estar associados com deficiências psicossexuais e podem prejudicar tanto a resposta dos orgasmos vaginais quanto a maneira de andar" além do mais, mulheres que tem orgasmos vaginais podem sentir-se mais confiantes sobre a sua sexualidade, o que pode refletir no seu caminhar. "Tal confiança pode também estar relacionada às relações que as mulheres tiveram devido ao fato específico de que orgasmos pênis-vagina estão associados com índices de melhor qualidade na relação", disseram os autores. Pesquisas já ligaram orgasmos vaginais com melhor saúde mental.
O estudo apóia algumas suposições de uma ligação entre bloqueios musculares e função sexual, de acordo com os autores. Eles concluem que isso pode dar alguma credibilidade à idéia de que incorporar treinamento de movimento, respiração e padrões musculares no tratamento da disfunção sexual pode funcionar.
"Mulheres com disfunção orgástica devem ser tratadas de uma maneira multidisciplinar", disse Irwin Goldstein, editor-chefe da The Journal of Sexual Medicine. "Mesmo que pequeno, este estudo ilumina o potencial de terapias múltiplas como a terapia de artes expressivas incorporando movimento e fisioterapia focando no assoalho pélvico."
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