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terça-feira, 10 de dezembro de 2013
ARRITMIA: VC SABE O QUE É?
Esse mal é a maior causa de morte súbita e pode vir sem avisar, ainda mais em rotinas desregradas. Fique ligado!
Calma, você não precisa limar as baladas. Nem do verão nem da vida. Em vez de passar a noite dormindo após um jantar saudável, pode sacudir o esqueleto junto à galera ao som de festas e degustando drinques. Mas não todo dia, ou em altíssima frequência – e ainda exagerando na birita. Não tem jeito, você deve botar equilíbrio na rotina mesmo em janeiro. Do contrário, pode acabar jogando este verão, e os outros, no ralo. “Escolhas cotidianas influenciam a saúde do coração mais que genética”, diz Donald Lloyd-Jones, presidente do departamento de medicina preventiva da Universidade Northwestern (EUA). Entre os males cardíacos, a arritmia é o que mais causa morte súbita e há casos em que ela age em silêncio – ou seja, sem apresentar sintomas. Por isso, muita gente não sabe que tem o problema – e ele pode assolar pessoas de qualquer idade, com ou sem histórico familiar ou próprio de doenças cardíacas. A prevenção é o melhor caminho para evitar essa pane. Saiba mais sobre a arritmia e tire-a da sua frente.
# 90% É o percentual médio de mortes súbitas causadas por arritmias cardíacas no Brasil, segundo Silas Galvão, cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo.
O que é arritmia cardíaca e Conheça os dois grandes tipos
Arritmia é uma alteração repetina no ritmo normal dos batimentos do coração. Quando ele fica mais rápido é taquicardia; mais lento, bradicardia.
# 70 bpm é a média de batimentos por minuto considerada normal num coração em repouso.
ANALISE AS CONSEGUÊNCIAS
“O coração possui uma propriedade mecânica, de contração, e uma elétrica, que mantém a frequência das contrações adequada a situações de repouso e esforço físico. Um problema elétrico, a arritmia, pode levar a uma parada cardíaca repentina, à morte súbita”, explica Tasso Julio Lobo, cardiologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. Uma modalidade de taquicardia – a Fibrilação Atrial – também causa acidente vascular cerebral (AVC). Há ainda arritmias que aparecem e não dão panes – são benignas. Mas só o médico pode dizer qual tipo você tem.
COMO SABER SE VC TEM ARRITMIA?
Faça exames regularmente Investigando seu organismo, você logo descobre se ele esconde ameaças. “Realize avaliações cardiológicas (eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico) e controle os índices de pressão, diabetes e colesterol regularmente”, orienta Adalberto Lorga Filho, cardiologista de São José do Rio Preto (SP) e presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). Faça check-ups anuais. Ou a cada seis meses, se tem falhas nesses níveis ou histórico próprio ou familiar de doenças no coração.
ATENTE AOS SINTOMAS
“Nas vezes em que a arritmia dá sinais, os principais são falta de ar, dor do lado esquerdo do peito, disparos súbitos no coração, desconforto torácico, tonturas e desmaios”, diz Lorga Filho. Diante disso, vá ao médico a jato para confirmar o diagnóstico.
PARA DRIBLAR ARRITMIA E COMPLICAÇÕES
Invista no básico, se você não tem histórico “As principais causas de arritmia são as mesmas de problemas cardíacos em geral: diabetes, hipertensão, colesterol alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo”, diz Lobo. “Hábitos saudáveis são a melhor ajuda que você dá ao seu coração.” Um estudo coordenado por Lloyd-Jones, da Universidade Northwestern, mostrou que 60% dos jovens que comeram direito, malharam, mantiveram o índice de massa corporal (IMC) sob controle, evitaram fumar e maneiraram na bebida alcoólica seguiram com baixo risco de doenças cardíacas pela idade adulta. Mais: uso excessivo de cafeína e drogas estimulantes também pode desregular a frequência cardíaca, assim como noites maldormidas. “Apneia do sono propicia arritmia, principalmente durante a noite”, afirma João Mansur, médico-chefe da Unidade Coronariana do Hospital Samaritano do Rio de Janeiro. Se você tem apneia, é legal fazer uma polissonografia para checar como estão os batimentos cardíacos enquanto você dorme. Arritmias provocadas por hábitos ruins dão trégua quando eles são afastados.
ACEITE AJUDA, SE SEU CORAÇÃO MUDOU
A arritmia acomete com mais frequência quem teve um comprometimento cardiológico – infarto, insuficiência coronariana, aterosclerose. “Isso danifica estruturas do órgão que podem originar arritmia”, diz Lorga Filho. O recado é: se sua ficha cardiológica não é limpa, você precisa de acompanhamento médico constante para se prevenir – além de, claro, manter hábitos saudáveis.
ABRA O JOGO, SE SUA GENÉTICA FAVORECE
Houve arritmia ou morte súbita na família? Informe o médico em detalhes. “Há casos em que a estrutura do coração é normal, mas a genética compromete a parte elétrica”, diz Lorga Filho. Você pode precisar passar por exames para identificar genes defeituosos.
SE A ARRITMIA PINTAR , HÁ TRATAMENTOS
vão do uso de medicamentos a técnicas complexas como…
Ablação por cateter
Cauterização no músculo cardíaco onde ocorre o problema elétrico. É feita com um cateter introduzido pela virilha e pode ser curativa.
Marca-passo
É um aparelho implantado no peito e conectado ao coração, por cirurgia, para tratar bradicardia. Evita falhas elétricas – que o coração bata devagar demais ou chegue a parar.
Desfibrilador
Também inserido no peito e conectado ao coração por operação, o aparelho trata casos graves de taquicardia e apresenta boa eficácia na reversão de quadros de parada cardíaca.
ARRITMIA E ESPORTE
Acabe com as quatro dúvidas mais comuns dessa relação
1. Mesmo que intenso, exercício não causa arritmia em pessoas saudáveis.
2. Durante o esporte, parada cardíaca ou morte súbita pode ocorrer se a pessoa não sabe que tem arritmia ou a subestima.
3. Há pessoas com arritmia que podem, ou devem, fazer exercício – mas apenas sob orientação médica.
4. Para casos mais graves, esporte é proibido. Mas só o médico pode dar o alerta.
# 300 mil é o número aproximado de mortes súbitas que ocorrem por ano no Brasil – praticamente um caso a cada 2 minutos, segundo o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
FONTE: MENSHEALTH
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