Muitos dos aparelhos modernos simplesmente não existiriam sem eles. Minerais altamente mortais são usados na construção de componentes de equipamentos que podem ser encontrados tanto em apetrechos populares como telefones celulares quanto em sofisticados sistemas de defesa antimíssil. Também são achados em produtos como pilhas, peças de aviões, redes de comunicação, máquinas de raios-X, medicamentos e milhares de outros produtos. Só essa extrema necessidade pela valiosa matéria prima justifica os riscos na exploração e processamento de minerais altamente tóxicos.
Conheça os 9 minerais mais mortais do planeta:
9. Mercúrio (HgS)
Em inglês, o nome é Cinnabar. Em português, a tradução correta seria sulfeto mercúrico, porém, é mais popularmente conhecido como sulfeto de mercúrio ou apenas mercúrio. Trata-se de um composto de mercúrio e enxofre quase indissolúvel em água usado desde as antigas civilizações. Tradicionalmente, foi aplicado para dar cor na cerâmica e em tatuagens.
Mais recentemente, passou a ser usado em equipamentos científicos como termômetros e barômetros, além de outras aplicações na indústria pesada como na produção de cloro e na recuperação de metais. Os interruptores de mercúrio também se tornaram bastante populares na eletrônica.
Quando oxidado, no entanto, o elemento produz metil-mercúrio e dimetil-mercúrio, duas substâncias tóxicas que causam danos irreparáveis para o sistema nervoso infantil. É mortal mesmo em pequenas concentrações e pode ser absorvido por via respiratória, pelos intestinos ou através da pele. Muitas indústrias já eliminaram seu uso ou estão em processo de fazê-lo.
8. Pirita (FeS2)
Por muito tempo a pirita, que também pode ser chamada de pirite ou pirita de ferro, foi o único composto onde a indústria conseguia encontrar enxofre e ácido sulfúrico, componentes usados para uma ampla gama de produtos. O enxofre é importante na fabricação de pneus e fungicidas, por exemplo. O ácido sulfúrico é essencial para vários processos industriais, entre eles o de produção de tintas e explosivos.
Essa necessidade levou a grandes esforços para exploração do mineral causando efeitos devastadores para natureza, especialmente a contaminação de córregos que foram atingidos pelos detritos das minas, que chegavam até eles através de águas subterrâneas.
Além disso, as piritas, quando misturadas com camadas de carvão e expostas ao ar, se queimam espontaneamente, liberando metais altamente tóxicos como o arsênico para atmosfera.
Atualmente a Pirita não é explorada comercialmente em minas. Há escavações apenas para retirada de peças como amostra. O enxofre é obtido mais facilmente como subproduto do gás natural e do processamento do petróleo.
7. Fluorita (CaF2)
Composta de fluoreto de cálcio, a Fluorita é uma bela pedra verde encontrada em minas onde geralmente também se acha ferro, carvão e cobre. Embora possa ser utilizada na fundição e em telescópios, por seu valor estético ela é muto usada em joias. Quando o fluoreto de cálcio é misturado com ácido sulfúrico, é gerado fluoreto de hidrogênio, um importante precursor químico industrial.
Apesar de tanto valor comercial, a fluorita é bastante perigosa para quem tem que lidar com ela regularmente ou simplesmente mora perto de uma mina. O mineral contém flúor, um componente solúvel que, se absorvido em grandes quantidades pelo organismo, pode provocar a fluorose, uma dolorosa doença que enfraquece ossos e articulações.
Tal condição atinge comunidades rurais na Índia, na China e boa parte do sudeste da Ásia, onde as pessoas bebem água contaminada ou inalam pó das minas. Estima-se que apenas na província chinesa de Guizhou o número de vítimas seja de dez milhões.
6. Quartzo (SiO2)
Segundo mineral mais comum na crosta terrestre e o mais utilizado pela humanidade, o quartzo está presente na indústria óptica e eletrônica como abrasivo. Atualmente, os cristais de quartzo piezoelétricos são componentes obrigatórios em rádios e relógios eletrônicos.
Só não se deve moer e inalar essa matéria prima. Isso seria um convite para a silicose, uma doença respiratória que tem como característica o fato de inchar os pulmões e gânglios linfáticos tornando difícil o ato de respirar. Trata-se de um processo longo. Só acontece depois de um período de exposição de 20 anos ou mais.
Todavia, pessoas que trabalham com esse mineral em períodos de 5 a 15 anos já começam a perceber alguns sintomas. É possível também que essa rotina diária gere ainda um câncer no pulmão, doença que tem sido associada às indústrias como as de mineração, abrasivos e fabricação de vidros.
5. Galena (PbS)
Galena é um minério a base de chumbo utilizado há muito tempo e que continua operacional. Os romanos a aplicavam em várias áreas, desde a produção de tubos, passando pela confecção de tintas e até na alimentação. Hoje, é encontrada em pilhas, balas, nos aparelhos de raios-X e caixas de reatores nucleares.
Embora não seja tão danosa ao ser humano como o mercúrio, ela se acumula ao longo dos anos no organismo atingindo altos niveis de toxicidade. É um cancerígeno e pode causar defeitos congênitos. Por isso, também tem sido substituída por alguns setores industriais.
4. Phenacite (BeSiO4)
O Phenacite é um mineral duplamente valioso. Por sua beleza, é uma pedra preciosa utilizada na indústria de joias. Sua composição química tem outro componente de grande valor, o berílio. Porém, aí é que fica também seu Calcanhar de Aquiles.
O pó de berílio causa uma doença que foi apelidada de Doença Crônica do Berílio, que atinge de forma devastadora o sistema respiratório. E não há cura. Quando ela é contraída é para toda a vida. Os pulmões se tornam hiper-sensíveis ao metal, que provoca uma reação alérgica criando pequenos nódulos chamados de granulomas. Esses tumores tornam a respiração muito difícil e ainda aumentam a possibilidade do surgimento de outras doenças como a tuberculose, por exemplo.
3. Erionite Ca3K2Na2[Al10Si26O72].30H2O (Z = 1)
Muito parecido com o amianto, o Erionite causa danos similares ao ser humano. Esse mineral da família do zeólito era usado como componente para fertilizantes devido à sua capacidade de filtragem, mas quando foi descoberta sua potencialidade de causar câncer o processo de mineração começou a ser interrompido no final dos anos 80.
2. Hidroxiapatite (Ca5(PO4)3(OH))
Uma pedra chamada apatita é a provável fonte do fósforo usado no fertilizante jogado nos jardins para auxiliar no crescimento das plantas ou do flúor aplicado na água que chega em sua torneira visando prevenir as cáries. Porém, se ter dentes mais fortes é algo bom para evitar problemas mais graves na boca, a exposição à hidroxiapatite, seja diretamente nas minas ou no processamento da pedra, poderá criar depósito desse mineral nas válvulas cardíacas impedindo seu funcionamento normal e causando até a morte se não houver tratamento adequado.
1. Crocidolite (Na2(Fe2 +,Mg) 3Fe3 + 2Si8O22(OH 2))
Esse é o material mais perigoso do mundo. Apesar da fórmula complicada, ele é conhecido simplesmente como amianto azul e já foi amplamente utilizado em uma série de aplicações comerciais e industriais. Tudo isso graças às suas duas principais características: resitência e flexibilidade.
O declínio do amianto na indústria começou em 1964 quando Christopher Wagner revelou a conexão entre esse mineral e o câncer. Foi o suficiente para o mercado baní-lo em alguns seguimentos. Todavia, alguns setores ainda utilizam estruturas de amianto até hoje.
fonte: ciencia.hsw.uol.com.br/os-minerais-mais-mortais-do-planeta
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