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domingo, 31 de agosto de 2014

COMO EVITAR PROBLEMAS DE SAÚDE EM VIAGENS DE LONGA DURAÇÃO

Alguns dos inconvenientes em uma viagem de longa distância podem ser decorrentes dos meios de transporte utilizados. As viagens aéreas de longa duração, com o viajante sentado em uma poltrona estreita com pouco espaço para se movimentar, propiciam uma série de doenças como a trombose venosa profunda e o tromboembolismo pulmonar, além das infecções de vias aéreas superiores como a sinusite. PROBLEMAS DECORRENTES DA IMOBILIZAÇÃO NAS VIAGENS DE LONGA DURAÇÃO As viagens internacionais de longa duração fazem com que o viajante permaneça sentado por várias horas. Isto pode ter conseqüências muito importantes em termos de saúde. A imobilização das pernas faz com que o sangue que retorna ao coração pelo sistema venoso tenha uma dificuldade maior para vencer a gravidade já que a pessoa viaja na maior parte do tempo sentada. Em algumas pessoas, o acúmulo de sangue nas pernas faz com que se formem coágulos que podem se despregar da parede das veias das pernas, seguindo junto com o sangue para o coração. No coração, esses coágulos passam pelo átrio direito, pelo ventrículo direito e saem para o pulmão pela artéria pulmonar. À medida que a circulação pulmonar se ramifica, esses pequenos coágulos podem bloquear os capilares, impedindo que o sangue que corre por esse capilar capte oxigênio. Dependendo do tamanho dos vasos que ficam obstruídos a pessoa ter uma insuficiência respiratória, porque o sangue que vai para o pulmão não consegue descarregar o CO2 e capturar mais oxigênio. A formação de coágulos nas pernas (membros inferiores) recebe o nome de trombose venosa profunda. A trombose venosa profunda às vezes é de fácil diagnóstico porque as pernas ficam muito inchadas e com uma coloração arroxeada pelo acúmulo de sangue. Quando um pedaço de coágulo formado na perna se desprende e vai para o pulmão impedindo a troca de oxigênio e gás carbônico recebe o nome de embolia de pulmão ou tromboembolismo pulmonar. A embolia de pulmão é uma doença grave com alto índice de mortalidade mesmo quando tratada no início. Esse assunto tem ficado tão comum que vários cientistas começaram a estudar o problema. Dois artigos de revisão foram publicados tentando mostrar que o risco de trombose associado às viagens de longa duração é realmente muito elevado, e quais seriam as pessoas com alto risco para essas complicações tromboembólicas. Uma revisão de todos os estudos realizados até o momento mostrou um risco aproximadamente 3 vezes maior de apresentar uma trombose nos membros inferiores em pessoas que viajaram de avião em relação às que não viajaram. Esse risco aumenta quando a pessoa que viaja preenche algumas condições como idade elevada, presença de varizes e outros sinais de insuficiência venosa, como inchaço de membros inferiores, história de trombose venosa prévia, pessoas com doenças do sistema de coagulação que favoreçam o aparecimento de tromboses, grávidas ou mulheres nos primeiros dois meses após o parto e pessoas obesas ou que estiveram em extenso repouso no período prévio à viagem. Os estudos mostram que o risco também aumenta nas viagens muito longas, com mais de 10 mil km ou duração maior do que 6 a 8 horas. Um outro fator é que o ambiente dentro do avião, muito seco pelo uso do ar condicionado e com pressão na cabine inferior à que existe normalmente no meio ambiente ao nível do mar, diminui a quantidade de oxigênio no ar e favorece a desidratação, o que aumenta o risco de trombose. Embora o número de casos de tromboembolismo pulmonar típico seja muito pequeno, em torno de 1,5 caso por 1 milhão de pessoas, quando o número de horas de viagem se eleva para mais de 8 horas, o número de casos aumenta para 2,6 por 1 milhão de pessoas. Entretanto, um estudo que analisou a presença de tromboses em pessoas que viajaram por muitas horas fazendo um Doppler (exame que vê o fluxo de sangue nas veias a perna) de membros inferiores depois da viagem mostrou que a freqüência de algum tipo de trombose - mesmo que muito pequena e assintomática - nos viajantes era muito mais elevada, sendo em torno de 1,6% em pessoas sem nenhum fator de risco, mas em torno de 5% nas pessoas com algum fator de risco para trombose. Vários estudos ainda mostraram que o uso de meias elásticas de baixa e média compressão diminuiu consideravelmente a formação de algum tipo de trombo em membros inferiores. O uso de medicamentos anticoagulantes, como aspirina, e o uso de heparina não foram tão eficazes quanto o uso das meias elásticas. O QUE FAZER PARA EVITAR O RISCO DE TROMBOSE? Em primeiro lugar, cuidado com as viagens muito longas - com mais de 6 horas. Outra opção é o uso de meias elásticas, que não são muito confortáveis, mas protegem você do risco de trombose. Outra opção é se exercitar o tempo todo, mesmo sem se levantar da poltrona. Alguns tipos de exercícios nos membros inferiores podem ajudar você a se proteger das tromboses. Ao programar as suas viagens, escolha companhias que deixam um intervalo maior entre as fileiras de poltronas. Escolha a poltrona do corredor, o que facilita que você dê pequenas caminhadas pelo corredor. Fazer o check-in mais cedo ou pela internet faz com que você garanta um lugar melhor - por exemplo, na primeira fila, em que você tem mais espaço para esticar as pernas. Tome bastante água ou líquidos durante a viagem, o que diminui o risco de desidratação.
Além disso, es­colha roupas confortáveis para viajar e sapatos cômodos, como, por exemplo, um par de tênis. Para você ter um espaço maior para as suas pernas, não coloque nenhuma bagagem no espaço para os seus pés. Isso facilitará fazer alguns exercícios com as suas pernas. Algumas pessoas usam calmantes ou remédios que dão sono para que a viagem passe mais rápido. O mesmo acontece com pessoas que têm medo de viajar. Mas o uso de calmantes faz com que você tome menos líquidos durante a viagem e isso aumenta o risco de trombose. O mesmo acontece com as bebidas alcoólicas, que podem dar sono e diminuir a ingestão de líquido. ALGUNS EXERCÍCIOS QUE VOCÊ PODE FAZER DURANTE O VOO
Repita esses exercícios a cada meia hora. Embora esses cuidados tenham sido descritos para viagens longas de avião, os mesmos conselhos valem para viagens de carro ou ônibus. A vantagem nas viagens de carro é que você pode programar uma parada para uma pequena caminhada a intervalos constantes. Se você viajar de ônibus, sempre que o ônibus parar, desça e ande um pouco, mesmo que você não queira comer ou beber nada nem mesmo ir ao banheiro. O importante é que você se exercite a intervalos constantes, porque isso diminui o risco de trombose e também de chegar no local planejado com as pernas inchadas, o que pode trazer muitos problemas e desconforto. ALTERAÇÕES NO OUVIDO As viagens de avião ocorrem em grandes altitudes, em geral em torno de 10.000 m de altura. É importante lembrar que à medida que a altitude aumenta, a pressão do ar diminui e fica muito mais baixa do que, por exemplo, se você estivesse em uma cidade à beira do mar. Para evitar que você se sinta mal e falte oxigênio, as cabinas dos aviões são pressurizadas como se você estivesse a uma altitude em torno de 2.000 m acima do nível do mar. Portanto, é um pouco diferente do normal. Por causa da queda na pressão, o oxigênio no ar respirado diminui e os gases dentro do nosso corpo aumentam de volume. Em geral, as pessoas conseguem suportar bem essa mudança de pressão, mas podem acontecer problemas no ouvido. Dentro do ouvido médio, a pressão normalmente é igual a de fora do nosso corpo. Quando a pressão na cabina do avião cai, cria-se uma diferença de pressão entre o ouvido médio e o ambiente da cabina. Isso pode provocar uma complicação chamada de barotrauma. Quando isso acontece, a pessoa sente uma pressão forte dentro do ouvido e, às vezes, dor. COMO FUNCIONA O EQUILÍBRIO DAS PRESSÕES DENTRO DO OUVIDO? O ouvido médio fica separado do meio ambiente por uma membrana chamada de tímpano; por outro lado ele se comunica com o meio ambiente por uma abertura chamada de trompa de Eustáquio, que se abre dentro da porção nasal da faringe. Quando aumenta a pressão dentro do ouvido médio, esse aumento de pressão é equilibrado com a pressão do meio ambiente pela trompa de Eustáquio. Quando o avião ganha altitude, a pressão atmosférica reduzida dentro da cabina do avião faz com que os gases dentro do ouvido médio se expandam. Esse aumento da pressão é drenado para o ambiente pela trompa de Eustáquio. Quando o avião vai perdendo altitude próximo da aterrissagem, há uma contração do volume dos gases dentro do ouvido médio. A trompa de Eustáquio não permite que o ar do meio ambiente entre no ouvido médio. Para fazer isso, você precisa comandar a abertura da trompa de Eustáquio para que ela permita que o ar entre dentro do ouvido médio. O barotrauma em geral acontece nesses casos. Para evitar o barotrauma, você tem que realizar movimentos como se você estivesse mastigando, ou de fato mascar um chiclete. Esse tipo de movimento faz com que o ar entre na trompa de Eustáquio e reequilibre as pressões dentro e fora do ouvido médio. O risco de barotrauma é maior em crianças, que têm uma trompa de Eustáquio mais estreita, e em pessoas resfriadas ou com rinite alérgica, são situações em que a trompa de Eustáquio entupida tem mais dificuldade em equilibrar as pressões. Outro jeito de equilibrar as pressões é expirando o ar do pulmão com a boca fechada e o nariz tapado. Faça isso delicadamente. Isso se chama manobra de Valsalva. Nas crianças, o jeito mais fácil é fazer com que elas bebam líquidos na aterrissagem ou na decolagem. Nos bebês muito pequenos, a possibilitar é amamentar ou dar mamadeira nesses períodos. O risco de barotrauma (trauma causado por pressão) costuma ser maior na aterrissagem do que na decolagem. De qualquer maneira, uma atitude que evita problemas é estar acordado durante a decolagem e a aterrissagem porque aí você, ativamente, pode realizar as manobras que ajudam a equilibrar a pressão no ouvido médio com a do meio ambiente. Por isso, também é importante que você não use calmantes ou remédios que dão sono ao viajar. Além da dor, e da sensação de pressão dentro do ouvido, pode ocorrer uma diminuição da audição. Nos casos mais graves pode ocorrer ruptura da membrana do tímpano, com surdez temporária. Como o ouvido também é um os mecanismos de controle do equilíbrio, junto com esses sintomas pode ocorrer sensação de tontura ou vertigem. Todos esses sintomas costumam passar algumas horas depois da aterrissagem. Na persistência dos sintomas, recomenda-se procurar auxílio médico. DIMINUIÇÃO DOS OXIGÊNIO E OUTROS PROBLEMAS Como a cabine do avião está menos pressurizada, é como se você estivesse no alto de uma montanha a 2.000 m. Essa quantidade de oxigênio é suficiente para uma pessoa saudável não sentir falta de ar durante o voo. Mas, pessoas com doenças cardiovasculares ou pulmonares podem se sentir desconfortáveis. A expansão dos gases dentro do corpo com a pressão ambiente menor também atinge o ar dentro do trato digestivo, podendo dar uma sensação de empaxamento no abdome. A umidade dentro do avião é baixa pelo ar condicionado. Por isso, pessoas que viajam com um resfriado ou sinusite podem se sentir muito mal no durante o voo. Nessas doenças, a trompa de Eustáquio entupida causa uma dificuldade no equilíbrio das pressões dentro do ouvido médio e o meio ambiente, o que torna a viagem muito desconfortável. Durante a viagem, é muito importante que você beba bastante líquidos, mas sem bebidas alcoólicas. O álcool deixa você sonolento e aumenta a eliminação de urina, podendo aumentar a desidratação causada pelo ambiente seco da cabine. As bebidas gasosas também podem aumentar a sensação de empaxamento no abdome (como se ele estivesse cheio de ar). NÁUSEAS As náuseas acompanhadas ou não de vômitos não são muito freqüentes, mas podem acontecer em mudanças rápidas de altitude. Pessoas com esse tipo de problema podem procurar orientação médica sobre tipos de medicamentos que podem ser usados de forma profilática. As náuseas e a tontura podem ser freqüentes em viagens de navio. O uso de emplastros com medicamentos podem melhorar aliviar o mal-estar durante a viagem, principalmente em navios. Os emplastros de escopolamina devem ser colocados atrás da orelha. JET LAG
O jet lag é a alteração dos padrões de sono após uma viagem longa para um local com fuso horário muito diferente daquele em que você mora. Todos os ritmos biológicos do corpo ficam alterados, especialmente nas viagens oeste-leste ou leste-oeste. Os efeitos adversos do jet lag são geralmente causados pelo cansaço, pela posição sentada na poltrona do avião sem conseguir dormir, pela desidratação e muitas vezes pelo próprio estresse ou ansiedade antes da viagem. Alguns cuidados podem ajudar você a superar ou pelo menos diminuir o impacto do jet lag: beber muita água ou sucos de frutas durante a viagem, sem bebidas alcoólicas ou com gás, nunca comer muito (você pode agendar uma refeição mais leve para a viagem, bastando acertar com antecedência na companhia aérea) e tentar se adaptar aos novos horários assim que chegar no seu local de destino. Às vezes, se você está muito cansado, a melhor opção é descansar um pouco antes de sair no seu local de partida porque ninguém é de ferro. TRANSMISSÃO DE DOENÇAS O ar que se respira dentro de um avião é trocado mais de 20 vezes por hora, sendo de melhor qualidade que em muitos edifícios mal ventilados. Aviões modernos permitem a recirculação do ar na cabina em até 50%, utilizando filtros HEPA (high-efficiency particulate air), que captam as partículas de material, bactérias, fungos e a maioria dos vírus, retirando-os da circulação; conseqüentemente, o ar em recirculação na cabina é muito puro. É pouco provável a transmissão de agentes infecciosos por via aérea entre passageiros, mas pode ocasionalmente ocorrer quando eles se encontram muito próximos. O vírus influenza (da gripe) pode ser transmitido entre passageiros sentados perto uns dos outros. A transmissão deste vírus é mais provável a bordo da aeronave quando esta permanece em terra por um longo período com os sistemas de ventilação desligados. Outra situação é a tuberculose. Em alguns casos muito raros, o bacilo da tuberculose foi transmitido a passageiros sentados na proximidade de um indivíduo com esta doença. Os indivíduos com doenças contagiosas devem evitar realizar viagens aéreas, seja por razões de saúde pessoal, seja pelo risco de infectarem outros indivíduos ou de transmitirem a doença de um país para outro. Recentemente, houve alguns casos de sarampo no Brasil em pessoas jovens. Na época da Copa do Mundo em 2006, a Anvisa fez junto com a Anac uma campanha nos vôos da Europa para o Brasil porque no Brasil não temos caso de sarampo autóctone desde 2000, mas na Europa mais de mil casos foram detectados no norte da Alemanha no mesmo período. Uma pessoa infectada pode transmitir a doença para outras pessoas durante o voo. Como os adultos mais velhos já tiveram sarampo, e as crianças são vacinadas, o grupo de risco são adultos e jovens que nem tiveram a doença e nem foram vacinados. PROBLEMAS DE SAÚDE DURANTE O VOO Os aviões com um número elevado de passageiros têm alguns equipamentos de emergência: estojos de primeiros socorros, para serem utilizados pela tripulação, estojo médico, para ser utilizado por um médico ou outra pessoa qualificada para o tratamento de emergências durante o voo, e um desfibrilhador externo automático, para ser utilizado pela tripulação em caso de emergências cardíacas. A tripulação do avião recebe formação para utilizar os materiais de primeiros socorros e situações de emergência. Entretanto, a melhor opção é você levar seus próprios remédios para dor e outros sintomas. Não são indicadas as viagens de avião para recém-nascidos com menos de um mês, mulheres grávidas nas últimas 4 semanas de gestação e no puerpério, pessoas com doença cardíaca descompensada, pessoas com doenças infecciosas, pessoas com doenças que entopem a trompa de Eustáquio (sinusite, resfriado e outras infecções de vias aéreas superiores), pessoas com doença da descompressão após mergulho, pessoas com aumento da pressão intracraniana, por hemorragia, traumatismo ou infecção; portadores de anemia falciforme (a tensão de oxigênio diminuída durante o voo pode desencadear uma crise de falcização), cirurgia recente, com eventual presença de ar ou gás dentro da cavidade abdominal, do crânio ou cirurgias oculares, doenças pulmonares graves ou descompensadas (doença pulmonar obstrutiva crônica grave, por exemplo). FONTE: http://viagem.hsw.uol.com.br/problemas-de-saude-viagens-longas.htm

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