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domingo, 31 de agosto de 2014

O PESSIMISMO PODE IMPEDIR A EFICÁCIA DE REMÉDIOS

Pesquisadores descobriram que se o paciente acreditar que o remédio não vai funcionar, a profecia pode se realizar. Os benefícios dos analgésicos podem ser potencializados ou completamente neutralizados dependendo da expectativa do paciente. O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, também identifica quais áreas do cérebro são afetadas pelo pensamento positivo ou negativo. Durante o estudo, os especialistas aplicaram calor nas pernas de 22 pacientes, que depois descreveram o nível de dor em uma escalas de 1 a 100. Eles estavam presos a um suporte intravenoso para que os médicos pudessem aplicar remédios secretamente. A média inicial do nível de dor foi registrada como 66. Depois os médicos aplicaram um analgésico potente, remifentanil, sem que os pacientes soubessem, e o nível de dor baixou para 55. Quando os pacientes souberam que estavam sob efeito do remifentanil, a média baixou mais ainda para 39. Depois, sem que a dose fosse modificada, os médicos disseram que o analgésico havia sido suspenso e que eles deveriam esperar dor, e então a média subiu para 64. Então, mesmo que os pacientes ainda estivessem recebendo o remifentanil, disseram sentir o mesmo nível de dor de quando estavam sem analgésico nenhum. Irene Tracey, da Universidade de Oxford, disse à BBC: "É fenomenal. É um dos melhores analgésicos que temos e a influência do cérebro pode aumentar vastamente seu efeito ou neutralizá-lo completamente". O estudo foi conduzido com pessoas saudáveis, sujeitas a dor por um período curto. Pessoas com doenças crônicas que já tentaram outros remédios por anos podem ter uma experiência muito mais negativa. Analisando as imagens dos cérebros dos pacientes, os cientistas descobriram que a expectativa do tratamento positivo foi associada com atividades nas áreas cingulo-frontal e subcortical do cérebro, enquanto as expectativas negativas levaram a uma atividade maior no hipocampo e no córtex frontal medial. Os pesquisadores também dizem que esse estudo pode acabar com os experimentos médicos aleatórios que avaliam a eficácia de novos remédios, já que eles não levam em conta a expectativa dos pacientes. "É mais uma evidência de que nós só conseguimos o que esperamos da vida", diz George Lewith, da Universidade de Southampton. FONTE:http://saude.hsw.uol.com.br/pessimismo-remedios.htm

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