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sábado, 9 de agosto de 2014

É POSSÍVEL SURFAR NUM TSUNAMI?

Até daria para encarar essa loucura, mas é melhor não tentar. O principal problema nem é o tamanho da onda: nos picos de Mavericks e Jaws, na Califórnia e no Havaí, as ondas quebram com até 21 metros, o dobro do tamanho do tsunami que varreu o Sudeste Asiático no fim de 2004. O perigo é a força da onda mortal. Sua velocidade chega a 800 km/h e o volume de água que ela carrega é gigantesco. Além disso, o tsunami não tem aquela estrutura curvada e nem quebra como uma onda comum. Isso dificulta as manobras dos surfistas. “Tecnicamente, dropar um tsunami seria parecido com surfar uma pororoca, a onda oceânica que invade os rios amazônicos na época das grandes marés. Mas o risco de um acidente é bem maior”, diz o geógrafo Willem de Lange, da Universidade de Waikato, na Nova Zelândia. Para começar, a pororoca tem hora exata para ocorrer – o tsunami, não. Além disso, a onda mortal é 20 vezes mais rápida e arrasta muito mais detritos. Mesmo assim, tem quem toparia cair na água no meio de um maremoto. “Basta estar na hora exata, no lugar exato, e contar com equipamentos adequados, como apoio de jet ski e helicópteros. Mas qualquer erro pode ser fatal”, afirma o jornalista e surfista Sérgio Laus, que surfou sete vezes a pororoca. Tirando onda Desafio perigoso exigiria prancha especial e sorte para evitar um megacaldo. 1.ONDA COMUM:
FORMA – Quando quebra na praia, a onda comum é mais curvada, favorecendo as manobras radicais dos surfistas VELOCIDADE – Qualquer onda viaja mais rápido em regiões profundas e perde velocidade em áreas rasas. Junto da praia, uma onda comum chega a 60 km/h COMPRIMENTO – Uma onda comum mede até 150 metros. Em conseqüência, o volume de água que ela carrega é bem menor que o do tsunami INTERVALO – Na praia, uma onda comum costuma aparecer depois da outra em questão de segundos. O surfista consegue se preparar e escolher a melhor para dropar JEITO DE SURFAR – O surfista rema com os braços até entrar na onda. Depois, ele se desloca da crista à base pela “parede” da onda, fazendo todo tipo de manobra CUIDADOS – Saber nadar, procurar conhecer o mar onde você vai surfar e se proteger contra eventuais caldos, usando capacete em praias com fundo rochoso ou de coral PRANCHA – As mais comuns medem de 2 a 3 metros e são bem leves (pesam 1,5 quilo), porque é preciso remar rápido para alcançar a onda 2. TSUNAMI:
FORMA – Um tsunami tem forma mais “quadrada”. Sua frente parece uma avalanche em que a água na parte de cima já arrebentou. Fica bem mais difícil manobrar VELOCIDADE – Em alto mar, um tsunami chega a viajar a 800 km/h. Perto da costa, ele atinge 80 km/h. Com essa velocidade, o surfista mal tem tempo de posicionar a prancha COMPRIMENTO – Um tsunami chega a ter 500 quilômetros de extensão! Dá para imaginar que o volume de água é pelo menos 5 mil vezes maior que de uma onda comum. INTERVALO – Entre um tsunami e outro pode haver um intervalo de 10 minutos a 2 horas. Essa demora torna difícil prever o momento de pegar a onda — ainda mais porque ela vem muito rápido. JEITO DE SURFAR – Por causa da velocidade do tsunami, o surfista precisaria ser puxado por um jet ski até a onda. Depois, teria de permanecer junto à base, pois a parte de cima tem espuma e detritos. CUIDADOS – Além dos anteriores, contar com uma equipe de apoio e resgate, com barcos, jet ski e helicóptero. E ter sorte para livrar-se dos obstáculos, pois o tsunami invade o continente. PRANCHA – Em ondas como o tsunami, a prancha precisaria de resistência. Por isso, ela teria de ser pesada e compacta, com cerca de 1,5 metro e pesando entre 7 e 8 quilos. PRANCHA NORMAL: TAMANHO – 2 a 3 metros; PESO – 1,5 quilo. PRANCHA DO TSUNAMI: TAMANHO – 1,5 metro; PESO – 7 a 8 quilos. fonte:Mundo Estranho

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