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domingo, 20 de dezembro de 2015

DOR NO PEITO: CONHEÇA OS SINAIS DE GRAVIDADE

Uma dor no peito não significa necessariamente um ataque cardíaco. A maioria das pessoas que procura atendimento médico em serviços de emergência por conta de dor no peito não está tendo um ataque cardíaco, mas sim problemas menos graves, como dor muscular, refluxo ou crises de ansiedade. Entretanto, como a dor no peito pode significar um problema de saúde com risco de morte, o melhor mesmo é não arriscar. Muitos pacientes demoram a procurar ajuda para um ataque de coração por achar que os sintomas não são graves ou que a dor irá melhorar espontaneamente. Muitas vezes, este tempo de espera em casa é a diferença entre sobreviver ou não a um infarto. Neste texto vamos explicar os seguintes pontos sobre a dor no peito: - Sinais de gravidade de uma dor no peito. - Causas de dor no peito. - Sintomas do infarto. - Outras causas graves de dor no peito além do infarto. - Quando procurar atendimento médico.

1. Dor no peito

Um trabalho feito há alguns anos na Universidade de Michigan, EUA, avaliou 400 pacientes que chegaram ao setor de urgências com queixas de dores no peito. Após a avaliação diagnóstica, 53% dos casos não tinham uma causa orgânica definida, ou seja, não eram causados por nenhuma doença nos órgãos internos do tórax, como coração, pulmão e esôfago, por exemplo. Mais da metade eram apenas casos de ansiedade. 36% eram causados por dores músculo-esqueléticas ou por doenças do esôfago, e apenas 11% eram devidos a causas mais graves, como doenças cardiovasculares. Vamos, então, falar um pouquinho sobre dor torácica, dando ênfase ao sinais de gravidade. É sempre bom lembrar que o que segue são apenas orientações gerais, não devendo nunca servir de base para auto-diagnósticos. Apenas um médico, através da história clínica, do exame físico e de exames complementares, quando necessários, pode estabelecer diagnósticos para dor torácica. Em alguns momentos vou usar o termo dor torácica em vez de dor no peito, uma vez que este é mais preciso, pois várias doenças que podem se manifestar com dor no peito, podem fazê-lo envolvendo todo o tórax, inclusive nas costas. Também vale ser dito que evitarei o termo ataque cardíaco, chamando-o do modo mais correto, ou seja, infarto do miocárdio ou doença isquêmica cardíaca.

Quais fatores são importantes na avaliação de uma dor no peito?

Existem 2 fatores primordiais na avaliação clínica da dor torácica: – Características da dor. – História clínica do paciente. 1- Características da dor no peito Quando se tem uma dor no peito, a primeira coisa que se deve tentar esclarecer é se a mesma indica uma dor anginosa, ou seja, dor de isquemia cardíaca (infarto). A angina de peito apresenta algumas características típicas que podem ser usadas para afastar ou reforçar a suspeita de uma doença cardiovascular. Características da dor no peito de isquemia cardíaca: – ser mais um peso ou uma forte sensação de aperto no peito do que uma propriamente uma dor (é muito comum o paciente descrever a dor encostando o punho fechado em frente ao peito, para mostrar que a dor é em aperto) – ser desencadeado por esforço físico ou estresse emocional. – ser uma dor difusa no lado esquerdo e centro do tórax, frequentemente com irradiação para braço esquerdo, costas e/ou pescoço. – vir acompanhada de suores, falta de ar, palidez ou hipotensão. – vir acompanhada de palpitações. – ser uma dor que dura vários minutos. – ser uma dor que não cede aos analgésicos comuns. – um sinal de extrema gravidade, e que fala a favor de doença cardíaca, é a perda de consciência após o início da dor torácica. Na maioria das vezes, o infarto se apresenta como uma dor intensa e muito incomodativa. Porém, a intensidade da dor não é um fator determinante, uma vez que até 1/3 dos infartos ocorrem com leves desconfortos. Pacientes diabéticos ou idosos podem ter dores leves e, às vezes, se queixam mais de cansaços e mal estar do que propriamente de dor no peito. Características da dor no peito que falam contra uma isquemia cardíaca: – ser uma dor que dura poucos segundos e surge sem esforço físico ou estresse emocional. – uma dor de curta duração que vai e volta sem fatores desencadeantes precisos. – ser uma dor muito bem localizada, sendo o paciente capaz de apontar com o dedo indicador exatamente onde ela incide. – ser uma dor que piora quando se aperta o local com o dedo ou quando se faz algum movimento com o tórax. – dor em pontada ou que piora com a respiração profunda costumam ter origem outra que infarto. – ser uma dor que vai e volta há muitos anos sem haver sinais de progressão ou piora. – ser uma dor que melhora muito com um simples analgésico. – ser uma dor que não irradia e não vem acompanhada de outros sintomas como falta de ar, suores, vômitos, hipotensão, etc. Devemos salientar que as características acima são apenas orientações, de modo algum são suficientes para se descartar ou diagnosticar uma dor no peito. Algumas pessoas com crises de ansiedade podem apresentar sintomas muito parecidos com um infarto, queixando-se de palpitação, suores, falta de ar, tonturas, etc. Também é bom lembrar que a isquemia cardíaca não é a única causa grave de dor no peito, podendo esta também ser causada por pneumonia, embolia pulmonar e aneurisma de aorta, por exemplo, doenças com sintomas distintos do infarto do miocárdio. 2- História clínica do paciente com dores no peito Além das características da dor, os dados clínicos do próprio paciente também são extremamente relevantes. A abordagem de uma dor no peito em um paciente de 19 anos e sadio é completamente diferente da de um paciente de 63 anos, obeso, com história de diabetes, hipertensão e tabagismo. Quanto mais fatores de risco para doença cardiovascular um paciente tiver, maiores as chances de sua dor no peito indicar uma doença mais grave. Um paciente sem fatores de risco conhecidos pode infartar? Pode, mas é pouco comum, e isso deve ser sempre levado em conta. Os principais fatores de risco para doença cardiovascular que devem ser avaliados em um paciente com dor no peito são: – Idade maior que 40 anos. – História prévia de doença isquêmica cardíaca. – Sedentarismo e dieta rica em gorduras saturadas. – Forte história familiar para doença isquêmica cardíaca. – Tabagismo. – Obesidade. – Diabetes mellitus. – Hipertensão arterial. – Colesterol elevado. – Insuficiência renal crônica. – Uso de cocaína. A partir dos dados explicados acima, junto com o exame físico, o médico é capaz de estabelecer os diagnósticos diferenciais para a sua dor no peito. Se a avaliação clínica indicar algum risco da dor ser de origem cardíaca, o médico irá solicitar exames para tentar diagnosticar ou descartar esta causa. Em avaliações de dor torácica, muitas vezes é mais importante descartar causas graves do que estabelecer um diagnóstico definitivo para a dor.

Causas

A dor no peito sempre traz consigo o medo de um infarto, porém, existem dezenas de causas para dor torácica, algumas delas tão ou mais graves que a doença isquêmica cardíaca. Na verdade, a dor no peito pode ser causada por doenças em qualquer um dos órgãos dentro e fora da caixa torácica, incluindo coração, esôfago, pulmão, pleura, mediastino, grandes vasos, costelas, cartilagens, articulações, músculos do tórax, pele etc… Abaixo segue uma lista das principais causas de dor torácica, algumas já abordadas em outros textos deste site: – Aneurisma de aorta. – Pneumotórax. – Derrame pleural . – Embolia pulmonar. – Pneumonia. – Refluxo gastroesofágico . – Pericardite (inflamação do pericárdio). – Tumores do pulmão ou mediastino. – Esofagite (inflamação do esôfago). – Espasmo do esôfago. – Hipertensão pulmonar. – Costocondrite (inflamação das cartilagens que ligam as costelas ao osso esterno). – Lesões nas costelas. – Lesões musculares. – Artrite . – Fibromialgia . – Artrite reumatoide . – Herpes zoster . Além dos órgãos e tecido do tórax, algumas vezes problemas em órgãos do abdômen podem também causar dor torácica, entre eles: – Colecistite. – Gastrite e úlcera péptica. – Pancreatite. Como pôde ser visto, o diagnóstico da dor no peito é bem complexo, uma vez que este sintoma pode indicar uma extensa gama de patologias distintas. Na dúvida, o ideal é procurar um médico. Se a sua dor é diferente das que você já sentiu antes, procure ajuda de um profissional, principalmente se você tiver fatores de risco para doença cardiovascular.

Ansiedade e gases como causa de dor torácica

Pessoas com crises de ansiedade, síndrome do pânico, depressão e hipocondria também costumam apresentar dores no peito com frequência. Pelo menos 1/3 dos pacientes que se dirigem aos serviços de urgência com dor no peito, o fazem por causas de origem psicológicas/psiquiátricas. A relação entre gases e dor no peito é bem conhecida. Normalmente a dor por gases não é bem no tórax, mas sim na porção inferior das costelas, que chamamos de hipocôndrio. Estas dores ocorrem por dilatação dos estômago e esôfago, muitas vezes pinçando os nervos ao seu redor. Pessoas com hérnia de hiato, uma condição onde o estômago acaba subindo em direção ao tórax, podem ter dor torácica com acumulo de gases no estômago. Outra causa comum de dor na região do hipocôndrio e costelas, mas que pode ser confundida com dor torácica, é a dor que ocorre após exercício físico extenuante. Esta dor é causada por fadiga da musculatura torácica responsável pela respiração. Ela pode assustar por aparecer durante exercícios físicos, mas é bem diferente da dor do infarto, pois ocorre tardiamente durante a atividade, não irradia, é muito localizada, não é bem no peito e parece mais uma câimbra do que a dor em aperto do infarto. FONTE: mdsaude.com/2010/11/dor-no-peito.html

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