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domingo, 7 de agosto de 2011

Respire fundo! Quer mandar embora a ansiedade, o nervosismo e a angústia? Reaprenda a respirar

Você sabia que a respiração é considerada um termômetro das suas emoções? “Como assim?”, deve estar se perguntando. É que nós, homens, dificilmente nos preocupamos com esses assuntos. Mas pense como sua respiração fica acelerada, ofegante, superficial quando você se estressa. Ou quando está ansioso esperando um primeiro encontro ou uma conversa delicada com seu chefe. Do outro lado, a respiração profunda, que enche os pulmões, é uma técnica adotada em diversas linhas terapêuticas para combater o estresse e superar seus sintomas, como nervosismo e angústia.

“O ar é fundamental para a vida, mas independente dessa função vital, por meio da respiração o organismo todo se oxigena. Essa oxigenação libera a tensão, regula o estresse e ajuda a relaxar. Respirar é, ainda, uma forma de energização”, explica a psiquiatra Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR) e representante brasileira na Divisão de Saúde Ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria. Aqui cabe uma observação. Estamos acostumados a ouvir a expressão “combate” ao estresse, mas ela já não é mais considerada adequada.

“Não falamos mais em combater o estresse, porque combatemos um inimigo, e acreditamos que o estresse pode ser um aliado”, explica Ana Maria Rossi. O certo, agora, é gerenciar ou administrar o nível de estresse. Tudo bem. Mas onde entra nisso o ar que você respira? “Quando está com raiva, mas sabe que não pode explodir socando a mesa, segura a raiva na respiração para controlar a emoção”, diz Ana. Nosso corpo percebe diversas situações externas como ameaças e prepara-se para combatê-las ou fugir delas. A aceleração da respiração é uma dessas respostas do corpo frente ao perigo. “E, se a pessoa passa por uma fase longa de problemas, o padrão respiratório equivocado se torna um hábito”, afirma a especialista.

RESPIRAÇÃO DEFICIENTE

Uma respiração correta acontece em duas partes do corpo: na caixa torácica e na cavidade abdominal. Quando se utiliza apenas a parte peitoral, há menos ventilação do pulmão. Pessoas que possuem problemas respiratórios utilizam essa respiração superficial como uma espécie de mecanismo de compensação à rigidez das musculaturas peitoral e costal e ao diafragma encurtado, que acabam diminuindo a mobilidade das costelas e a capacidade do pulmão. Mas o que ocorre hoje é que mesmo as pessoas consideradas saudáveis respiram dessa maneira deficiente. “Muitas vezes confunde- se a dificuldade de respirar com doenças respiratórias, mas na verdade ela apenas está associada ao estresse e à ansiedade.

Quando a pessoa para um pouco e começa a respirar mais profunda e lentamente, experimenta alívio dos sintomas. Por isso a respiração mais pausada pode ajudar nos momentos de estresse agudo”, diz Leandro Fritscher, pneumologista do Hospital São Lucas da PUC-RS, de Porto Alegre, e professor de pneumologia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas (RS). O ideal é que você respire cerca de dez vezes por minuto, ritmo que os especialistas consideram confortável. “Quando a respiração fica a superficial, apenas torácica, podem surgir problemas como dormência, formigamento e cãibras nas pernas, porque não se está irrigando de oxigênio eficientemente a parte inferior do corpo. Pode-se ainda ter a sensação constante de cansaço pela falta de irrigação do cérebro”, afirma Ana Maria. A respiração profunda, também chamada de abdominal, enche totalmente os pulmões e oxigena o corpo todo. Todos nós nascemos com essa eficiência respiratória. Basta olhar para um bebê: a barriga e o peito sobem e descem num mesmo ritmo. “Infelizmente, à medida que nos tornamos adultos, perdemos essa capacidade natural”, frisa a psiquiatra. Ou seja, desaprendemos a respirar. A respiração ocorre através do diafragma, músculo na parte inferior do tórax, na junção das costelas. Quando você está relaxado, ele se movimenta verticalmente e pressiona o pulmão. Se ele estiver rígido e tenso, dificilmente ocorre a respiração profunda. Nossa sugestão: comece a monitorar sua respiração. “Quando estiver ansioso, conte quantas vezes respira em um minuto. Se for mais de dez, comece a respirar mais fundo e devagar”, ensina Ana Maria (veja o quadro abaixo). Nas primeiras quatro ou cinco tentativas você poderá até mesmo sentir tontura – evite começar quando estiver dirigindo ou andando na rua, por exemplo. Depois, quando seu organismo se acostumar ao novo ritmo respiratório, incorpore o padrão à sua vida, 24 horas por dia.

OBSTRUÇÃO NASAL

Problemas como rinite, sinusite, asma, bronquite e desvio de septo também podem causar estresse, por causa da alteração da respiração provocada pela obstrução. “O incômodo, principalmente na hora de dormir, compromete a qualidade do sono. Durante o dia, há irritabilidade e queda de produtividade”, explica o otorrinolaringologista João Ferreira de Mello Jr., chefe do Grupo de Alergia em Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas (SP). A rinite nada mais é do que uma reação exagerada de defesa do corpo contra agentes agressores externos que podem atingir os pulmões. A maior produção de muco, que provoca espirros, coriza e lacrimejamento, visa impedir a entrada de substâncias que o corpo percebe como ameaças. Esse mal pode ser considerado intermitente (se dura menos de quatro dias por semana ou menos de um mês) ou persistente (se ele é crônico) e a intensidade dos sintomas é dividida em leve, moderada e grave, segundo o grau em que atrapalha a qualidade de vida do paciente. “Quase 30% das pessoas com rinite no Brasil têm dificuldade para adormecer, despertam durante a noite e acordam com dificuldade, pois ainda estão cansadas”, diz Mello.


AUMENTO DAS MUCOSAS

No inverno, o ar frio e seco e o aumento da poluição favorecem o aparecimento ou a piora da rinite. Entretanto, antes de escolher o tratamento, o especialista precisa identificar o agente alérgeno – a substância que provoca a alergia. Para isso, é necessário recorrer a exames laboratoriais, como o IgE Específico (exame de sangue), e a testes cutâneos. Na sinusite, por sua vez, ocorre um aumento das mucosas que revestem a cavidade nasal, causado por infecção viral ou inflamação alérgica ou desencadeado por agentes poluentes. A produção de muco aumenta e obstrui a passagem do ar. Há uma técnica de respiração que, embora não evite a inflamação, estimula a entrada e a saída de ar. Solte completamente o ar e inspire profunda e lentamente apenas pelas narinas. Depois, empurre o ar com força de uma só vez, como se fosse assoar o nariz (sem colocar as mãos nas narinas). Repita dez vezes. Esse processo ajuda a limpar os seios faciais e a cavidade nasal e evita o acúmulo de muco. Ele só é contraindicado em crises agudas de sinusite.

Recentemente, passou a ser realizada também uma cirurgia contra a sinusite, a sinuplastia. Liberada há pouco pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e realizada no Hospital das Clínicas da FMUSP, é pioneira no Brasil. O otorrinolaringologista e diretor da Clínica de Rinologia do HC, Richard Voegels, explica que um cateter é inserido pelas narinas do paciente e, usando um aparelho de imagem, chega à região dos seios obstruídos. Na ponta do cateter, um balão, quando inflado, provoca microfraturas, drena a secreção e, ao final, é esvaziado e retirado das narinas. Por utilizar instrumentos usados em especialidades como cardiologia, cirurgia vascular e urologia, a técnica é minimamente invasiva, mas ainda está em fase de avaliação. “Suas desvantagens são os custos e o fato de não se saber exatamente quais os resultados finais”, conta Voegels.

O que ocorre no desvio de septo é a dificuldade de respirar pelo nariz. “Ela costuma ser constante, mas se acentua durante a atividade física, quando mais se exige da capacidade pulmonar”, conta o pneumologista Leandro Fritscher. Ao respirar pela boca, o ar que entra no corpo não é nem umedecido nem filtrado pelo nariz, o que pode causar ainda mais falta de ar. Dependendo da intensidade do desvio, a correção cirúrgica acaba sendo o procedimento mais indicado. A asma e a bronquite, problemas pulmonares, estressam da mesma maneira: pela dificuldade que a pessoa encontra em respirar. Então, quer você sofra por causa de um problema respiratório ou simplesmente se sinta nervoso, ansioso ou cansado sem motivo, preste atenção à maneira como está fazendo o ar entrar dentro de você. Comece a treinar a respiração abdominal. E respire aliviado.



Fonte: men'shealth

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