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domingo, 13 de julho de 2014

É FÁCIL ROUBAR UMA BOMBA NUCLEAR?

Quando acabou a guerra fria entre os Estados Unidos e a Rússia, no começo dos anos 90, a ameaça de desastre nuclear parecia ter se atenuado. Os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 mudaram essa interpretação. Quando terroristas sequestraram quatro jatos de passageiros e usaram dois deles para destruir o World Trade Center, em Nova York (em inglês), foram renovados os temores quanto à possibilidade de que material nuclear roubado viesse a ser utilizado em ataques futuros. Dados dos serviços de inteligência demonstram que esses temores não são completamente infundados. As autoridades da Rússia, país equipado com um vasto arsenal de armas nucleares e materiais usados na produção de bombas, reportaram centenas de tentativas de contrabando depois de setembro de 2001. As autoridades dos EUA e a CIA reconheceram ter identificado complôs terroristas cujo objetivo era obter informações nucleares. A Marinha dos EUA tem um codinome para a "captura, roubo ou perda de uma arma nuclear ou componente" - a situação é definida como "Broken Arrow" (essa situação é mostrada no filme "A Última Ameaça", dirigido por John Woo e estrelado por John Travolta em 1996). Perceba que a definição da marinha inclui tanto uma a arma nuclear em si quanto os componentes de uma arma. Por que é importante estabelecer uma distinção entre as partes de uma bomba e seu todo?
Existe a possibilidade de que alguém roube uma bomba nuclear inteira, mas isso não seria muito provável. Como você pode ver nesse artigo, amas nucleares intactas não são algo que se possa enfiar no bolso e sair caminhando. Trata-se de objetos grandes e facilmente reconhecíveis, de modo que os responsáveis pela segurança de um arsenal nuclear teriam de ser muito incompetentes para permitir que alguém conseguisse roubar uma bomba dessas. Cenário muito mais provável envolveria uma ou mais pessoas roubando diferentes componentes necessários a uma bomba e os montando de modo a produzir uma arma funcional. Com as informações e os materiais adequados, bombas de eficiência variada poderiam ser produzidas. Uma recente violação de segurança no Laboratório Nacional de Los Alamos, nos EUA, em novembro de 2006, levou as autoridades a se preocupar com a possibilidade de que um funcionário tivesse fornecido a terceiros informações sobre controles especiais de acesso que permitiriam a detonação de uma bomba [fonte: CBS News]. O elemento mais importante de que um terrorista necessitaria seria o principal ingrediente de uma arma nuclear: urânio altamente enriquecido (HEU), plutônio, ou ambos. Da mesma maneira que uma bomba nuclear intacta, no entanto, essas duas substâncias não são algo que se possa roubar facilmente. Nem o HEU, nem o plutônio existem na natureza, e sua produção é muito dispendiosa e difícil. No entanto, tanto os Estados Unidos quanto a Rússia mantiveram grandes estoques de plutônio retirado de armas nucleares desmanteladas, e ambos dispõem de "excedentes" de HEU. Essas quantidades imensas de material nuclear são utilizadas, ou existem planos de utilizá-las, em usinas ou centros de pesquisa de energia nuclear, o que agrava o risco de roubo de informações ou materiais caso medidas apropriadas de segurança não sejam tomadas. A fim de obter o volume de plutônio ou urânio necessário a obter massa supercrítica - o ponto além do qual o material está comprimido de maneira a criar uma reação nuclear descontrolada - também é necessária certa quantidade de explosivos convencionais, como o TNT. Adquirir TNT e um detonador seria provavelmente a parte fácil na construção de uma bomba nuclear. Construir ou produzir um revestimento metálico para abrigar os componentes internos da bomba seria o último passo básico importante. Ainda que em determinado nível seja possível que todas essas etapas, e muitas outras, mais complicadas, sejam superadas para possibilitar o sucesso, uma pessoa determinada a adquirir uma bomba ou seus componentes teria de ser extremamente poderosa, bem informada e capacitada, para conseguir sucesso. Seria impossível realizar a tarefa sozinho, já que uma equipe técnica seria necessária para montar a arma. Isso pode parecer fácil no cinema, mas na prática é muito mais difícil. Assim, até que ponto é eficiente a segurança em torno das armas nucleares? Os Estados Unidos, por exemplo, normalmente empregam barreiras, guardas, câmeras de vigilância, sensores de movimento e verificações de antecedentes de pessoal em qualquer situação na qual exista um arsenal desse tipo de armas [fonte: CFR]. Erros humanos ou corrupção são sempre possíveis, evidentemente, de modo que nenhuma dessas precauções é infalível.
Placas postadas na cerca e no portão, protegendo a principal área técnica do Laboratório Nacional de Los Alamos, informam os visitantes sobre as providências de segurança. As armas nucleares em si são protegidas por diversas medidas de segurança. Uma das principais precauções é um sofisticado sistema de segurança eletrônica conhecido como cadeia de ação permissiva, sob o qual dois códigos corretos precisam ser inseridos para acionar uma bomba. Isso emprega o princípio da "regra de dois homens", o que torna quase impossível que uma pessoa detone uma bomba sem ajuda. Outros países talvez não disponham de segurança de primeiro nível, o que eleva o risco de que haja roubo de material. A Rússia vem sendo constantemente mencionada como exemplo de esforços de segurança dúbios - o fim da guerra fria e a dissolução da União Soviética complicaram a situação, porque as autoridades não conseguiram manter registros adequados. O governo russo é notório pelo tratamento ruim que dava aos seguranças e a outros funcionários nas instalações de armas nucleares, o que incluía atrasos de salário constantes. Em lugar de irem para casa contentes, os trabalhadores poderiam se sentir tentados a ganhar dinheiro rapidamente vendendo informações secretas ou contrabandeando materiais perigosos. Os Estados Unidos também dispõem de informações limitadas sobre os dispositivos de segurança nas armas nucleares russas propriamente ditas e, por isso, não se sabe ao certo que providências os criadores dessas armas tomaram para proteger o mundo contra a detonação de um dispositivo nuclear. Outra preocupação é o mercado negro de materiais nucleares, no qual plutônio e o urânio não enriquecido podem ser negociados. As chances de se produzir uma bomba com esse "lixo nuclear" é extremamente baixa, mas o material ainda assim pode ser utilizado nas chamadas bombas sujas - explosivos comuns que poderiam espalhar radioatividade perigosamente em caso de explosão. Momentos de risco Uma longa história de acidentes quase catastróficos com armas nucleares faz com que algumas pessoas imaginem se deveríamos nos preocupar mais com roubos de armas nucleares ou com manipulação negligente desse tipo de material. O Centro de Informações de Defesa aponta que, embora o número de acidentes reportados seja incerto, até mesmo o Departamento da Defesa norte-americano reconhece que "pelo menos um acidente nuclear sério ocorreu quase a cada ano", desde o início da Era Atômica [fonte: CDI]. Em 1965, por exemplo, um avião que estava equipado com armas nucleares e que não estava preso devidamente ao convés rolou para fora do porta-aviões USS Ticonderoga e afundou em uma região oceânica de cinco mil metros de profundidade, próxima à costa do Japão. Em outro acidente marítimo, em 1981, uma bomba nuclear que estava sendo retirada de um submarino caiu mais de cinco metros e quase atingiu o navio USS Holland. Um sistema de freio de emergência deteve a queda logo acima do casco. Um bombardeiro B-47, em vôo sobre Mars Bluff, Carolina do Sul, em 1958, lançou acidentalmente uma bomba atômica que não explodiu, mas deixou uma cratera de 22 metros de diâmetro e oito metros de profundidade. Um incidente na Carolina do Norte foi menos destrutivo, mas mais apavorante. Em 1961, um bombardeiro B-52 que levava duas bombas de hidrogênio de 24 megatons caiu em Goldboro, Carolina do Norte. Nenhuma das bombas explodiu, mas em uma delas apenas um dos seis dispositivos de segurança funcionou como previsto. Teria sido um desastre 1,8 mil vezes pior do que a bomba que explodiu sobre Hiroshima [fonte: Nuclear Files] fonte: hsw.uol.com.br/roubar-bomba-nuclear.htm

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